Os ministros de Finanças de Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália, Canadá, Alemanha, Japão e Rússia encerraram em Osaka (Japão) uma reunião de dois dias na qual cogitou-se a possibilidade de que haja movimentos especulativos por trás da escalada do preço do petróleo, que dobrou em um ano.
Embora não tenha havido um acordo sobre a questão, os Estados Unidos rejeitam, enquanto Itália defende, um estudo sobre o possível impacto da especulação na alta do petróleo. Só o ministro de Finanças italiano, Giulio Tremonti, foi claro durante esta reunião ao apontar a especulação como um dos fatores da escalada do petróleo, que recentemente beirou os US$ 140 o barril, e pedir que se interrompa a alta dos preços da commodity.
No entanto, o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, admitiu em entrevista coletiva que esse assunto foi tratado pelos ministros durante a reunião e que será tarefa de seu organismo, durante os próximos meses, analisar até que ponto a especulação está afetando os preços do petróleo.
Ritmo lento
Por outra parte, os participantes da reunião constataram que a economia mundial avança em ritmo lento, apesar de terem ressaltado que a desaceleração não foi tão grave como se temia. Como é comum, os ministros lançaram uma mensagem de confiança no futuro.
Neste sentido, o ministro de Finanças esloveno, Andrej Bajuk, destacou que a economia da União Européia (UE), cuja Presidência rotativa é ocupada por seu país, se comportou “relativamente bem”. Já Strauss-Kahn ressaltou que os dados macroeconômicos do primeiro trimestre foram melhor do que o esperado nos EUA, na Europa e no Japão.
Energias limpas
A mudança climática, a pressão inflacionária, a desaceleração econômica global e a fraqueza do dólar foram alguns dos assuntos debatidos nesta cúpula, da qual participaram como convidados ministros de economias emergentes, como o Brasil.
A presidência japonesa do G8 não deixou a oportunidade de buscar apoios para a luta contra a mudança climática e, assim, os ministros respaldaram os novos fundos que Japão, Reino Unido e EUA promovem para fomentar energias limpas nas nações em desenvolvimento.
Esses três países querem reunir um fundo de US$ 10 bilhões, mas hoje só conseguiram o respaldo expresso dos membros do G8 a essa iniciativa voltada a aumentar o financiamento público e privado para programas contra a mudança climática.