'Devemos ter novos cortes nas safras americanas em setembro', prevê Cogo

Agronegócio

'Devemos ter novos cortes nas safras americanas em setembro', prevê Cogo

No último levantamento da soja, em agosto, houve um corte de 120 para 118 milhões de toneladas, e no milho de 385 para 375 milhões de toneladas, de acordo com o USDA

O Departamento de Agricultura dos EUA reduziu as estimativas de produção de soja e milho e pode voltar a apontar novos cortes no próximo mês. É o que aponta a consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio. Confira as declarações do diretor da empresa, Carlos Cogo, a respeito das safras norte-americanas:

Cortes

“Está acontecendo a Pro Farmer Crop Tour nos EUA, uma caravana formada por consultores e representantes do governo que passa pelas lavouras avaliando o andamento das safras em todos os Estados. A situação é melhor do que no ano passado, tanto na soja quanto no milho, mas há regiões com 20% a 25% a menos de produtividade. No último levantamento da soja, em agosto, houve um corte de 120 para 118 milhões de toneladas, e no milho de 385 para 375 milhões de toneladas. É provável que a USDA, com base no último levantamento, faça novos cortes em setembro.”

“O clima continua influenciando nas safras. O produto está muito irregular, com espigas de tamanhos irregulares. Essa estimativa de setembro é o topo, é o nível máximo que pode ser atingido pelas lavouras. Daqui em diante, deve haver mais cortes, e mais cortes significam mais despesas e também um recuo nos estoques de passagem.”

Estoques

“A gente já vem numa queda de estoque. A soja teve cinco anos de crescimento e agora quatro anos de queda, com 25% de estoque em relação à demanda. No caso do milho, é o sexto ano de queda consecutiva, com 33% de estoque, e agora caindo para 24%. Se olhar para o interior dos EUA, a situação é muito pior. A estimativa é de um estoque final de 7% para a soja e de 9% para o milho, um estoque muito baixo.”

Preços

“No longo prazo, até 2023/2024, a gente tem uma soja ‘andando’ na casa de US$ 13,50 por bushel até meados de 2022, depois a gente tem ela na casa de US$ 12,50 em 2023, caindo para próximo de US$ 12 em 2024. No caso do milho, é a mesma coisa, com cotações até mais fortes, ‘andando’ hoje em torno de US$ 5,60 por bushel e só caindo para baixo de US$ 5 por bushel a partir do final de 2023. Os preços futuros tendem a se manter em patamares bem elevados, só entrando em declínio em 2024.”

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