A alta dos fretes, causada pela tabela de preços mínimos, está obrigando empresas em Mato Grosso a estocar milho a céu aberto.
Joel Callegaro, que é dono da cerealista Armazém Campo Real, localizada em Querência, no leste do estado, normalmente compra o grão de produtores locais para enviar para a região Sul do país. No entanto, o cenário que está enfrentando é desafiador. Com o escoamento paralisado e os silos lotados de soja, a safra de milho que está sendo colhida não tem lugar para ser armazenada.
Callegaro explica que a capacidade total de armazenamento da cerealista é de 72 mil toneladas. Porém, os silos da empresa estão ocupados com 70 mil toneladas de soja. O milho que deveria ser escoado está parado devido à alta dos fretes.
Sem poder pagar o valor adicional, a opção foi tentar negociar com os clientes um novo preço para o transporte do produto, mas as partes não entraram em acordo. Para levar o cereal até o Sul do país, Joel estima uma alta de R$ 7 por saca do produto. “Quando nós fechamos o negócio, o valor do frete era menor, mas agora já mudou”.
Além de estocar 150 mil sacas de milho a céu aberto, o empresário espera receber um volume total de 300 mil sacas nesta safra. Sem poder pagar a diferença do transporte, a opção encontrada foi alugar silos de terceiros. “Com esse serviço terceirizado e o custo da logística, meu prejuízo estimado é de R$ 3,5 milhões”, afirma.