A consultoria Agrifatto acredita que o surto de peste suína africana na China deve proporcionar um cenário interessante para os criadores do Brasil. Durante o 5º Seminário Nacional do Projeto Campo Futuro – Perspectivas e Inovações Financeiras do Agro, realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a analista de mercado Lygia Pimentel afirmou que esta é uma ‘tempestade perfeita para o Brasil navegar’.
Pimentel explica que a doença é um evento sem precedentes na história da produção de carnes mundial. “Nunca aconteceu algo parecido”, ressalta. Dados da empresa indicam que o rebanho suíno chinês deve cair entre 70% e 80% até a metade de 2020. “Até 2018, a China tinha 450 milhões de suínos, eles são os maiores consumidores. Estimamos que esse número caia de 300 milhões a 340 milhões de cabeças”, calcula.
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Essa diminuição no número de animais já impacta expressivamente as cotações no país asiático. Os preços do leitão, por exemplo, já subiram 122% na comparação com o mesmo período do ano passado. A carne suína subiu 82% em um ano e o suíno vivo, 91%.
Os valores de outras proteínas também foram impactadas: as carnes de frango, bovina e de ovinos já subiram 23%, 19% e 20% no ano, respectivamente.
Para Lygia, ‘quem souber surfar a onda’ e aumentar produção de suínos vai conseguir colher os resultados pelos próximos cinco a oito anos. “Porque ainda não acabou, deve se ampliar. Há um cenário interessante se formando para nós”, enfatiza.