Muitos produtores trocaram o milho de verão pela soja de variedade precoce, para conseguir fazer o cultivo do milho segunda safra
Roberta Silveira | Minas Gerais
Minas Gerais é um dos Estados em que deve existir maior aumento da produção de soja, com crescimento de até 15%. Na comparação com a safra passada, a região do Triângulo Mineiro mostrou expansão nas áreas de soja porque muitos produtores passaram a produzir milho na segunda safra.
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O Estado deve produzir 3,8 milhões de toneladas de soja nesta safra, de acordo com estimativa da Conab. Parte do crescimento da oleaginosa acontece pela redução da área de milho. Em Uberlândia, a área cultivada de soja aumentou 8% e a do milho primeira safra diminuiu 26%.
O presidente do Sindicato Rural da cidade, Thiago Soares Fonseca, explica o motivo desta mudança. Fonseca conta que há três anos não se ouvia falar em milho de segunda safra na região. Agora, o produtor mineiro prefere plantar variedades de soja de ciclo precoce, que se desenvolve até 110 dias, para conseguir fazer a segunda safra com o cereal.
– Nestes últimos dois anos têm dado muito certo, um clima muito bom, e quem tem conseguido plantar na janela, ainda em fevereiro, tem tido boas produtividades na sua segunda safra de milho – comenta.
Faltou chuva no oeste do Estado no mês de outubro, período de início do plantio, isso atrasou o cultivo em duas semanas e pode prejudicar o milho de segunda safra.
– Se o cenário climática mudar um pouco para o lado positivo, a gente acredita que vai ter uma safrinha significativa. Mas como há atraso do plantio de soja e mesmo no milho de verão, a gente está aguardando. O produtor está nessa ansiedade. Para saber se vai ter condição de fazer safrinha. Porque aqui não é uma região tradicional de safrinha, como tem no Mato Grosso – explica o presidente do Sindicato Rural de Uberaba, Romeu Borges de Araújo Júnior.
Com a irrigação, a produtividade aumenta. Visitamos uma fazenda em que a soja é cultivada em área irrigada, com produção de até 77 sacas por hectare. O produtor José Capel semeou a soja no final de outubro, a lavoura ainda não recebeu aplicação de defensivo.
É possível notar a presença de algumas lagartas nas folhas, mas o produtor não se mostra preocupado. Segundo ele, as sementes foram tratadas com inseticida, o que ajuda a controlar as pragas no início do desenvolvimento da planta.
– A lagarta vem e raspa, e ela vai morrendo. Você vê um rasgado na folha, e tem as folhas novas que saíram agora, que permite uma segurança de um intervalo de até 25 dias para gente para gente entrar com a primeira aplicação – afirma o produtor rural.
Sem maiores problemas até o momento, as lavouras mineiras vêm deixando produtores e engenheiros agrônomos otimistas com a próxima colheita. Se o tempo colaborar, o êxito é quase certo.
– Tudo depende de São Pedro. Se ele mandar chuva agora e não deixar faltar água, a expectativa é que teremos uma boa safra. Sempre que plantamos é nessa expectativa de colher bem – diz o engenheiro agrônomo Henrique Fernandes Ramos.
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