Os preços da soja a nível mundial ainda serão impactados por fatores fundamentais ligados à oferta e demanda neste final de ano, segundo a Safras & Mercado. O número dos estoques norte-americanos será um fator de atenção na próxima semana. Apesar do retorno das chuvas em algumas regiões produtoras do Brasil, o clima também pode impactar nos preços.
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana. As dicas são do analista de Safras, Luiz Fernando Gutierrez:
- O mercado de soja ruma ao final de 2020 ainda de olho em fatores fundamentais ligados à oferta e à demanda, com o clima para o desenvolvimento da nova safra da América do Sul e a situação dos estoques norte-americanos centralizando as atenções. No lado financeiro, o início e avanço da vacinação contra o novo coronavírus ao redor do mundo se torna o foco para as próximas semanas;
. - No lado da oferta, os players acompanham com atenção a situação climática na América do Sul, com o La Niña como fator-chave. No Brasil, os problemas continuam bastante regionalizados dentro de cada estado, e não podemos falar ainda em perdas expressivas para a safra brasileira como um todo. Apesar disso, o potencial produtivo da nova safra já foi um pouco reduzido devido ao clima irregular registrado desde o plantio em boa parte dos estados. Mesmo assim, ainda trabalhamos com uma safra superior a 132 milhões de toneladas. Se o clima piorar nas próximas semanas, tal potencial deve continuar sendo reduzido, caso contrário, pode continuar nesta faixa e até mesmo sofrer algum pequeno ajuste positivo;
. - As previsões climáticas apontam para um final de ano com umidade razoável nos estados da faixa central do Brasil. Nos próximos dias, praticamente todos os estados do país devem receber algumas precipitações, enquanto na última semana do ano Rio Grande do Sul e Bahia devem receber pouca umidade. O La Niña ainda poderá ter seu auge em janeiro, o que mantém um alerta ligado principalmente para a região Sul;
. - Nos EUA, a forte demanda interna somada a exportações ainda aquecidas apertam ainda mais os estoques norte-americanos. Tal fato, somado a incertezas climáticas na América do Sul, levaram Chicago de volta ao patamar de US$ 12 por bushel. Frente a isso, apenas uma grande melhora climática ou o retorno das tensões comerciais entre EUA e China podem tirar força dos contratos futuros nos próximos dias.