Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Soja Brasil

MT: tempo seco assusta e alguns produtores já falam em replantio da soja

Boa parte dos produtores ainda aguardam chuvas para iniciar semeadura, mas entrega de contratos ainda em janeiro traz preocupação

A baixa oferta de chuvas e pouco estoque de umidade no solo está comprometendo a germinação e causando atraso no plantio da safra de soja 2020/2021 da região oeste de Mato Grosso. Em alguns municípios já têm áreas sendo replantadas.

O início da safra de soja no município de Campos de Júlio traz muita preocupação. Por lá, algumas áreas já foram cultivadas há doze dias. As plantas que germinaram lutam pela sobrevivência entre a alta temperatura do solo e a falta de umidade. Em outros casos, as lavouras estão com os estandes já estabelecidos, mas carentes de água para se desenvolverem. Por fim, tem também propriedades onde as plantas ainda não germinaram.

“Tivemos poucas chuvas, uma média entre 10 mm e 15 mm apenas e em pontos isolados. Quem plantou reza para a chuva estabilizar e garantir logo uma boa oferta de umidade no solo. Assim, como a chegada das chuvas também ajudará quem ainda não plantou e não atrasará ainda mais a janela da segunda safra. Mas hoje já sabemos de áreas aqui no município sendo replantadas”, afirma o vice-presidente do Sindicato Rural de Campos de Júlio, Tiago Daniel Comiran.

Claro, que a falta de umidade trouxe um atraso na semeadura da região, que agora está em torno de 15% dos 220 mil hectares estimados para essa safra de soja 2020/2021, segundo Comiran. Se comparado ao ritmo normal e do ano passado, os trabalhos estão bem mais lentos atualmente, já em 2019 tinha sido semeado cerca de 30% da área.

“Principalmente por causa das entregas de contratos antecipados de soja já programadas para o final de janeiro e, que pela atual situação, pode se estender para o começo de fevereiro. Isso gera preocupação também para o pessoal do algodão, que já está com a janela bastante apertada com esse atraso”, diz o presidente do sindicato.

O milho é outra cultura significativa, subsequente a soja, que também já está com a janela bastante apertada com o atraso da semeadura da oleaginosa no município..

“Realmente é um ano de muita preocupação aqui para nós. Plantadeiras paradas no campo por causa da baixa oferta de umidade no solo, chuvas muito escalonadas com baixos volumes, muito seco. Se não chover bem nos próximos três ou quatro dias vai trazer consequências também para segunda safra de milho. Com esse atraso já podemos perder a melhor janela de plantio do milho, colocando em risco a produtividade das lavouras”, afirma o secretário de Indústria e Comércio do município, Ademir Rostirolla.

 

Problemas nos vizinhos

Em Sapezal, município vizinho, a situação também é de muita preocupação entre os agricultores. Chuvas, por enquanto, só pontuais e com pequenos volumes. Algumas vezes acompanhadas de rajadas de ventos, deixando rastros de prejuízos, como queda de postes de energia e a destruição de alguns barracões. Mas, insuficientes para garantir a umidade do solo, o que frustra as expectativas de quem já arriscou a semeadura.

Na propriedade da família Scariote, quase a metade dos 3,7 mil hectares destinados a soja foram cultivados até o momento, mas o trabalho teve que ser interrompido por causa do tempo seco..

”Temos pouquíssima umidade. Agora vamos ter que esperar a chuva para ver o comportamento, de nossas áreas. Algumas terão que replantar com certeza. As que não precisar, certamente ficarão com um estande baixo de plantas, mas vamos deixar. Então vamos esperar a chuva e uns três dias depois, vamos fazer uma avaliação dos talhões que foram plantados. Mas acredito que pelo menos uns 10% terei que replantar. Claro que antes de destruir, vamos ter que ver se vamos conseguir sementes”, lamenta o produtor Renato Scariote.

Ainda com difíceis decisões pela frente, a expectativa da família de superar as 62 sacas de produtividade média (alcançados no ano passado), parecem ficar cada vez mais distantes, mesmo com o alto investimento em adubação e cuidados na lavoura.

“Em Sapezal está um calor violento, que degola a soja que está nascendo por causa do solo muito quente. Se chegar nos 60 sacos já está bom, mas vamos aguardar o que vai acontecer. Tem previsão de chuvas aí sendo anunciadas”, afirma Scariote.

Leia mais notícias sobre soja

Sair da versão mobile