Para Abiove, plantio de soja é inexpressivo em áreas afetadas por incêndios na Amazônia

Soja Brasil

Para Abiove, plantio de soja é inexpressivo em áreas afetadas por incêndios na Amazônia

Segundo entidade, dos 5,2 milhões de hectares com soja no bioma amazônico, apenas 4% estão em áreas com queimadas

Um levantamento realizado no período de janeiro a setembro de 2020 pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) mostrou que dos 15 municípios mais afetados por queimadas no bioma Amazônia, apenas 5 possuem produção de soja.

Vale ressaltar que esses cinco municípios somam 209 mil hectares com a cultura, ou seja, 4% de toda a área de soja que o bioma possui, estimado hoje em 5,2 milhões de hectares.

Segundo a Abiove, essa é a segunda vez consecutiva que essa análise é realizada para acompanhar a relação entre a produção de soja com as queimadas no bioma Amazônia, cuja responsabilidade muitas vezes é atribuída ao agronegócio.

“Já sabemos que a soja não é um vetor de desmatamento da Amazônia, uma vez que fazemos o acompanhamento da presença da sojicultura no bioma desde o ano de 2006 por meio da Moratória da Soja”, afirma o gerente de sustentabilidade da Abiove, Bernardo Pires. “os dados novamente comprovam que a presença da sojicultura nas áreas afetadas pelos incêndios no bioma é inexpressiva.”

Para chegar nesse resultado, a análise cruzou dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Abiove ainda destaca que os municípios do Amazonas com mais focos de incêndios (Apuí, Lábrea, Novo Aripuanã, Manicoré, Boca do Acre e Humaitá) não possuem logística adequada para o escoamento da safra nem condições favoráveis de clima e solo para as lavouras de soja.

“Entendemos que é fundamental fazer este acompanhamento para que não reste dúvida sobre a relação entre a soja e os incêndios no bioma, já que muitas vezes surgem comentários que essas áreas poderão ser dedicadas futuramente à produção de soja, o que não faz sentido, pois muitas dessas áreas não possuem aptidão agrícola e temos uma política internacionalmente reconhecida de não comprar ou financiar soja cultivada na região em área desmatada após julho de 2008”, diz Pires.

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