Soja Brasil vai até Mangueirinha (PR) para conhecer o produtor Pablo | Canal Rural

Soja Brasil vai até Mangueirinha (PR) para conhecer o produtor Pablo

Durante a visita foi possível conhecer a família, as áreas semeadas com soja e até uma linda barragem. Veja como foi o encontro e também as fotos e vídeos!

Daniel Popov, de Mangueirinha
A curiosidade de acompanhar uma lavoura de soja desde o plantio até a colheita levou o Projeto Soja Brasil a conhecer o produtor Pablo Schmidt Rosa, de Mangueirinha (PR). Sempre que conseguia, ele colaborava repassando informações sobre a cultura em sua região. Daí veio a idéia de criar um reality semanal sobre a evolução da safra de soja. À distância, Pablo ia fazendo fotos, vídeos e relatos técnicos das lavouras que cuida, para mostrar como a cultura se desenvolvia. E, após alguns capítulos, finalmente o Projeto Soja Brasil foi conhecer não só as áreas que ele cuida, como também a sua família e a realidade da região.

Antes de mais nada, caso não tenha visto ainda o “Do plantio à colheita – Vamos acompanhar esta produção de soja do Paraná?, clique no link e veja tudo que as lavouras de Pablo passaram até aqui.

Para chegar a Mangueirinha (PR), partindo de São Paulo (onde fica o Canal Rural), eu Daniel Popov, editor do Projeto Soja Brasil, fiz uma longa viagem. Desembarquei em Ponta Grossa e contei com a carona de outro amigo de lá, Abimael Gonçalves, o Bima, que é gerente de uma fazenda da região, para rodar mais de 300 quilômetros e chegar até o sítio de Pablo.

Foto Daniel Popov

O papo no caminho variou bastante, mas boa parte tratava da vida no campo e da perspectiva que ele tinha de se aposentar. Ele falou que gosta muito de trabalhar na fazenda, mas que começa a chegar a hora de se dedicar a própria vida. Quando perguntei se o plano era viajar, ou comprar uma casa, a resposta quase sem titubear foi: “Nada, quero um pedaço de terra para plantar”, disse Bima.

Chegar ao centro da cidade de Mangueirinha foi fácil, mas de lá até a propriedade de Pablo foi um verdadeiro desafio. O GPS não funcionava, os telefones não tinham sinal e as indicações prévias de Pablo levaram até no máximo uma barragem da Copel (muito bonita, por sinal). Dali pra frente o jeito foi ir perguntando de casa em casa (ou melhor, de sítio em sítio) para descobrir onde ele morava. Três tentativas depois e entramos por coincidência na propriedade de um tio de Pablo, que, apesar de assustado por alguém bater à porta naquele horário da noite (por volta das 20h30), logo percebeu do que se tratava e ajudou a encontrar o caminho.

Barragem da Copel. Foto Daniel Popov

Churrasco e escuridão

Apesar da escuridão no caminho, era possível notar que a região é dotada de muitas áreas altas e serras, e lá embaixo o tal “alagado”, como falam os locais para citar o reservatório da usina hidrelétrica de Salto Segredo Rio Iguaçu. A entrada do sítio da família de Pablo fica em uma área mais alta, seguido de uma descida estreita de terra e no final já dava para ver as luzes da varanda.

Alagado em Mangueirinha. Foto: Daniel Popov

A simplicidade do chalé de três andares, construído quase todo em madeira, enche os olhos e combina perfeitamente com o lugar onde está. Embrenhado entre grandes árvores e cercado pelo alagado ao fundo. Ali parados na varanda estavam Pablo, o pai Daniel e a mãe Marize. Sem esperar muito, enquanto contávamos sobre nosso caminho até Mangueirinha, a mesa longa de madeira ia sendo posta para nosso jantar. O pai assou rapidamente uma costela e completou a ceia. Pra quem vive na cidade como eu, aquela era uma das melhores comidas do mundo, simples e deliciosa.

Do lado de fora, uma garoa caía e tanto Pablo quanto o pai exaltavam isso, pensando ainda nos benefícios para as lavouras. Com o gelo quebrado, Daniel Rosa, o pai, não demorou a iniciar um pequeno inquérito a respeito dos apresentadores do Canal Rural. Fã de cada um deles, perguntou com mais entusiasmo sobre Miguel Daoud, Kellen Severo e Pryscilla Paiva.

Enquanto conversávamos, a garoa virou chuva. Não chegou a ser um temporal, mas foi suficiente para derrubar algum cabo de energia. Assim, às escuras, decidimos descansar para começar cedo no dia seguinte.

Família e trabalho

Acordar ouvindo galos é outra maravilha do mundo no campo e o café da manhã foi tão bom quanto o jantar no dia anterior. Marize não para um minuto, sempre colocando mais coisa na mesa. Lanchamos e saímos para visitar as áreas de soja.

Foto: Daniel Popov

Por ser formado em engenharia agronômica, Pablo havia contado que, além de cuidar das áreas de soja que o pai possui, também prestava serviço nas áreas de outros parentes. E fui lá conhecer e entender esta história.

A nossa primeira parada foi nas áreas de soja do primo de segundo grau Juarez Alberti. Quem vê a área aí abaixo, com plantas bem desenvolvidas, não imagina que ali não se plantava grãos há 20 anos. Até por isso nem adubação foi preciso.

Foto: Daniel Popov

“Há 20 anos não plantamos lavouras. A terra estava arrendada para um criador de gado. Este ano, como a situação financeira melhorou, retomei a terra e resolvi refazer o plantio de lavouras”, explica. “Também trabalho com boi, tenho um abatedouro na cidade. Ao retomar a área e as lavouras de grãos terei a oportunidade de produzir milho para engordar os animais, reduzindo custos.”

A dir. Juarez Alberti e oo lado o Pablo. Foto Daniel Popov

O engraçado de toda essa história é que há 20 anos, quando ainda plantava soja por ali, Alberti plantava não só a sua área, mas também as lavouras de seu primo de primeiro grau Daniel, o pai de Pablo. A vida deu voltas e agora quem opera os maquinários e analisa as lavouras é justamente a família Schmidt Rosa.

Pablo e o pai Daniel. Foto Daniel Popov

“Durante um de nossos churrasquinhos de costela (eita família que gosta de uma costela), perguntei para eles se topavam me ajudar a plantar e eles nem pensaram e já vieram. To muito feliz com o resultado que estou vendo aqui. também conto com a ajuda do grupo Pitangueiras, que nos vendem os insumos e sempre passam por aqui para ver se tudo está correndo bem”, diz Alberti.

Foto: Daniel Popov

Sol e plantas daninhas

Durante a visita do Projeto Soja Brasil às lavouras que a família Schmidt cuida em Mangueirinha, poucas ou quase nenhuma lagarta e pragas foram encontradas. Para falar a verdade uma única lagarta foi achada. Até por isso vê-se poucas folhas danificadas e a soja, bem verdinha, dá orgulho em quem plantou. A falta de dias ensolarados também mudou e a soja recebia bastante luz.

Foto: Daniel Popov

“Está enchendo bem os grãos, e a expectativa é de uma safra cheia. Encontramos ainda bastante ervas daninhas, por se tratar de uma área com pastagem, mas aos poucos vamos eliminando”, diz Pablo.

Cada planta invasora que encontrava e identificava, Pablo arrancava, na mão mesmo. Foram algumas buvas, picão preto, capim milhã, capim amargoso e corda de viola encontrados. Mas nada disso tirava o sorriso do rosto de Pablo, que percebia que o seu trabalho estava dando resultado.

Foto: Daniel Popov

Tradição e despedida

A visita foi rápida, dois dias, mas a sensação de estar tão perto da raiz produtiva e conviver com pessoas tão humildes é algo que não se pode explicar. Desde os papos à noite com Daniel, brindados com uma cervejinha, até os almoços maravilhosos preparados por Marize, tudo trazia aquela sensação boa de estar em casa.

Antes de ir embora um último fato chamou a atenção e demonstrou que certas tradições transformam o dia-a-dia da família e dos amigos. Na varanda da casa da família Schmidt um encontro estava sendo preparado. As mesas estavam encobertas com as melhores toalhas. Em cima, pires, xícaras, pratos e copos dividiam o espaço com enfeites e flores.

Foto: Daniel Popov

Não era um simples chá da tarde, mas um encontro semanal das amigas de Marize. A cada semana o chá acontece em uma casa diferente e por sorte ele acontecia enquanto o Soja Brasil estava lá e ao menos foi possível ver a dedicação e ansiedade que tal evento provoca em todos por ali: “Gosto muito de receber as meninas, preparar tudo e poder colocar o papo em dia”, diz Marize.

Foto: Daniel Popov

Ao final, deu aquela vontade de ficar e acompanhar mais um pouco da rotina, mas o projeto Soja Brasil seguirá acompanhando as lavouras de Pablo e quem sabe visitá-los na colheita. Me esperem aí família Schmidt Rosa. Para ver os capítulos anteriores acesse esse link e veja tudo que já aconteceu nas lavouras de soja de Mangueirinha.

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