Produção brasileira de soja em 149,2 milhões de toneladas. É o que projeta a EarthDaily Agro para a safra 2023/24.
“Mesmo com uma estimativa bem inferior à da Conab e do USDA, continuamos com o viés de baixa”, afirma o analista da companhia, Felippe Reis.
Ao observar a tendência dos últimos 15 anos, a empresa de sensoriamento remoto aponta redução na produtividade da oleaginosa em Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná.
Se o potencial produtivo destes quatro estados fosse alcançado neste ciclo, conforme foi indicado no 1º Levantamento de Safra da Conab, divulgado em outubro do ano passado, 98,1 milhões de toneladas seriam colhidas.
Pior quebra em 15 anos
Reis afirma que o índice de vegetação (NDVI) em Mato Grosso, indicador que possui alta correlação com a produtividade, apresenta evolução muito ruim.
“Após dois anos de resultado acima da tendência, o NDVI traz uma curva mais acentuada e desfavorável do que nas temporadas de 2015/16 e 2012/13, quando houve quebra de safra no estado”, explica.
Por conta disso, o analista aponta que os dados indicam que a quebra da safra em Mato Grosso tende a ser a pior dos últimos 15 anos.
“A produtividade no estado está estimada em 15% abaixo da tendência. O pior resultado foi em 2016, quando ficou 13% abaixo da tendência”, diz o analista. Para o ciclo atual, a EarthDaily Agro estima 52,12 sacas por hectare (na safra passada foram registradas 62,88 sacas/hectare).
Queda de soja no Centro-Oeste
Em Goiás, a produtividade da soja está projetada em 7% abaixo da tendência dos últimos 15 anos. O pior resultado ocorreu em 2015 quando ficou 19% abaixo da tendência. Para a safra atual, a projeção é de 60 sacas/hectare (em 2023 foram 65 sacas/hectare).
De acordo com os dados da EarthDaily Agro, a seca e queda da umidade do solo tem impactado o desenvolvimento das lavouras de Mato Grosso do Sul.
Assim, a estimativa atual para o estado do Centro-Oeste é de 57,7 sacas/hectare (na safra passada foram 62 sacas/hectare).
“Há previsão de retorno das chuvas e consequente aumento da umidade, mas é preciso monitorar se isso irá acontecer a tempo de alterar esse cenário”, considera Reis.
Produtividade paranaense
No Paraná, a produtividade encontra-se 2% abaixo da tendência (considerando o período de 15 anos).
“Atualmente o NDVI está em patamar mais baixo do que em 2019 (10% abaixo da tendência), o que permitiria uma posição ainda mais pessimista. Para o ciclo atual estimamos 57,83 sacas/hectare, sendo que, em 2023, foram 64,3 sacas/hectare”, aponta.