Segundo o estudo, o volume é 3,4% superior à safra passada, o que representa 6,53 milhões de toneladas a mais do que o registrado anteriormente.
A soja continua como destaque entre as culturas, sendo que a colheita já foi iniciada. Apesar de problemas climáticos que reduziram a expectativa de produtividade no Sudeste, parte do Centro-Oeste e no MATOPIBA, a produção ainda deve ser superior à safra passada. Está previsto incremento na ordem de 9,8%, o que equivale a um acréscimo de 8,46 milhões de toneladas, chegando a uma produção de 94,58 milhões de toneladas.
O total de área destinada ao plantio de grãos também deve apresentar variação positiva, passando de 57,03 milhões na safra passada para 57,39 milhões de hectares. A diferença representa uma alta de 0,6%, o que equivale a um acréscimo de aproximadamente 359,9 mil hectares. Dentre os principais produtos, a soja apresenta destaque, com um crescimento de 4,4%, passando de 30,17 para 31,51 milhões de hectares.
Algodão
O algodão deve ter redução de área nesta safra, sendo 11,2% inferior à safra 2013/14, principalmente em razão da redução de consumo, preços praticados e excesso de estoque no mercado interno e externo. A segunda safra está sendo plantada e a expectativa é de que a área total no Brasil seja de 995,8 mil hectares.
Milho
Este levantamento também apresenta a primeira estimativa para as culturas de segunda safra plantadas na região Centro-Sul. A expectativa é uma redução de 2,5% na área de milho, passando de 9,21 para 8,98 milhões de hectares.
A Conab fez a pesquisa entre os dias 18 e 24 de janeiro. Durante o estudo, foram levantadas informações de área plantada, produção estimada, produtividade média estimada, evolução do desenvolvimento das culturas, pacote tecnológico utilizado pelos produtores, evolução da colheita, entre outras variáveis. O trabalho ocorre em parceria da Conab com agrônomos, técnicos do IBGE, de cooperativas, secretarias de agricultura, órgãos de assistência técnica e extensão rural (oficiais e privados), agentes financeiros e revendedores de insumos, que subsidiam os técnicos da estatal com informações pertinentes aos levantamentos.
Feijão
O diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), João Marcelo Intini, informou que a redução da área plantada do feijão teve reflexo no levantamento da safra 2014/2015. A cultura registrou queda de 3,8% somando as três safras do produto. Frente ao levantamento anterior, houve um ligeiro recuo na estimativa, de 0,46%.
– Na safra passada de feijão teve queda de preço e houve redução da área plantada. Na primeira safra de feijão, foi o preço. Parte da área foi substituída por soja e por milho. A segunda safra ainda está por vir. Em anos anteriores, já ocorreu de ela ser melhor que o previsto – explica.
Clima
O diretor da Conab também ressaltou que a redução de 2,1 milhões de toneladas entre o quarto e o quinto levantamentos de safra ocorreu em função das condições climáticas. Ele relatou que o sul de Goiás, o leste do Mato Grosso do Sul e parte do Triângulo Mineiro tiveram reflexo da distribuição de chuvas e do aumento de temperaturas.
– É uma redução sobre uma safra que é mais de 6 milhões de toneladas maior que a anterior. Não estamos observando o futuro sobre olhares negativos. A distribuição de chuvas em fevereiro tem sido muito boa. Está tudo dentro da normalidade – garantiu.
Segundo ele, os preços domésticos e externos estão sendo acompanhados e as condições para exportação estão muito atrativas. Ele ponderou que em alguns casos, o produtor pode optar por trocar uma cultura por milho, que tem apresentado “preço motivador”.