O plantio de feijão no inverno é uma aposta na Região Nordeste. Enquanto outras regiões concentram o cultivo na primeira e segunda safras (da seca e das águas), cerca de 25% da produção nordestina ocorre na terceira fase do plantio. Com a entressafra no Centro-Sul, o produto colhido no Nordeste, sobretudo na Bahia, abastece as prateleiras dos supermercados do país em meados do segundo semestre.
? A produção de inverno neste Estado funciona como termômetro de oferta e preços. O clima estável garantiu uma ótima safra ? explicou o analista da Conab, João Ruas.
? Com o início da colheita nesta semana e o pico previsto para o final de agosto, o abastecimento do grão para os próximos meses está garantido ? afirmou.
De acordo com Antônio José Silva, técnico rural da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola, há predominância de agricultores familiares, trabalhando em pequenas propriedades.
? Na região de Ribeira do Pombal, por exemplo, os sítios têm em média 10 hectares ? informou.
Remuneração
Os agricultores dos 14 municípios que formam a microrregião de Ribeira do Pombal, por exemplo, receberam na semana passada R$ 150 por saca. Com um custo de produção de R$ 66 por saca, o lucro para o agricultor é certo.
? Comparado a outras culturas, como milho e soja, o feijão foi o que garantiu melhor remuneração na safra atual ? disse Ruas.
O preço mínimo estipulado para o período 2008/2009 deve estimular ainda mais o plantio do grão. Neste ciclo, o valor de referência assegurou ao produtor uma remuneração de R$ 48,42 por saca. Para a próxima safra, o governo reajustou o mínimo para R$ 80,00, um incremento de 65,2%.