A menor safra de soja na Argentina, Paraguai e sul do Brasil deixaria uma oferta menor para o setor de processamento de soja, afetado pela guerra na Ucrânia e pelas secas, segundo informações da Câmara Paraguaia de Processadores de Oleaginosas e Cereais (Cappro) e da Câmara Paraguaia de Exportadores e Comerciantes de Cereais e Oleaginosas (Capeco).
Segundo dados das câmaras paraguaias aos quais a Bolsa de Valores de Rosário (BCR) teve acesso, a produção de soja do Paraguai foi estimada em 4 milhões de toneladas em fevereiro, o equivalente a uma queda de 60% em comparação ao que foi produzido em 20/21.
A Argentina e o sul do Brasil estão sob condições de seca, então será difícil conseguir a matéria-prima na região. A queda na produção no Brasil deve-se principalmente à diminuição da produtividade no Paraná e Rio Grande do Sul.
O Paraguai exportou 400 mil toneladas em janeiro e fevereiro de 2022, 35% da média dos últimos anos. De acordo com a Cappro, espera-se que a utilização da capacidade da indústria caia nos demais meses devido à menor disponibilidade de estoques de soja à medida que nos afastamos da safra.
“Assim, considerando uma produção paraguaia de 4 milhões de toneladas e uma produção brasileira de 122,7 milhões de toneladas, esperamos importações de soja da Argentina para um total de 2 milhões de toneladas. Em uma produção de soja da Argentina de 40,5 milhões de toneladas, estimamos
esmagamento de 36,5 milhões de toneladas, exportações de 2,7 milhões de toneladas e uso balanceado para 5,5 milhões de toneladas. Os estoques de soja na Argentina cairiam de 6,2 para 3,9 milhões de toneladas”, estimativa da BCR.