Para diminuir os problemas climáticos e o risco fitossanitário causado pela ferrugem asiática da soja, a Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), publicou nesta terça-feira (5), no Diário Oficial da União, as portarias números 247 a 265 que estabelecem o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura da soja.
A época de semeadura é um dos fatores que mais influenciam o rendimento da cultura da soja, ou seja, é ela quem determina a exposição da cultura à variação dos fatores climáticos limitantes, que são a chuva, temperatura do ar e o fotoperíodo. Assim, semeaduras em épocas inadequadas podem afetar o porte, ciclo e o rendimento das plantas e aumentar as perdas na colheita.
Por isso, devem ser observadas as determinações relativas ao vazio sanitário e ao calendário de plantio.
Com a publicação do Zarc da soja, a SPA/Mapa finaliza o cronograma de publicações de portarias das culturas de verão safra 2022/23. Dessa forma, os produtores rurais e agentes financeiros têm uma segurança maior para o fechamento de contratos de seguro e crédito rural para a safra.
Modelo agrometeorológico
O zoneamento permite ao produtor identificar a melhor época para plantar, levando em conta a região do país, a cultura e os diferentes tipos de solos.
O modelo agrometeorológico considera elementos que influenciam diretamente no desenvolvimento da produção agrícola como temperatura, chuvas, umidade relativa do ar, ocorrência de geadas, água disponível nos solos, demanda hídrica das culturas e elementos geográficos (altitude, latitude e longitude).
Os agricultores que seguem as recomendações do Zarc estão menos sujeitos aos riscos climáticos e ainda poderão ser beneficiados pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e pelo Programa de Subvenção ao prêmio do Seguro Rural (PSR). Muitos agentes financeiros só liberam o crédito rural para cultivos em áreas zoneadas e para o plantio de cultivares indicadas nas portarias de zoneamento.
O Zarc foi publicado pela primeira vez na safra de 1996. Hoje, contempla os 26 estados e o Distrito Federal, incluindo mais de 60 sistemas produtivos de cultivos agrícolas permanentes e anuais. Os estudos técnico-científicos são realizados por uma rede de pesquisa da Embrapa que conta com a participação de mais de 150 especialistas, em 32 centros de pesquisa da entidade.
No decorrer do primeiro semestre de 2022, a Embrapa elaborou um novo estudo de Zoneamento para cultura da soja, baseado na Instrução Normativa SPA/MAPA n 1, de 21 de junho de 2022, que estabelece o método para classificação do solo em função da sua Água Disponível (AD). Os estudos foram validados em reuniões virtuais e contou com a participação de especialistas representantes de diversas entidades do setor agropecuário.
Classes de solo
O novo conceito de classificação dos solos no Zarc altera a indicação de três classes de solos, método adotado até então inclusive para o estudo da soja recém-publicado para safra 2022/2023, para 6 classes de armazenamento hídrico. A primeira cultura que terá o Zarc divulgado no novo formato de solos será a soja para safra 2023/2024.
A medida em que os estudos de Zarc são atualizados, a nova metodologia de classificação dos solos é aplicada. Dessa forma, portarias de Zarc publicadas no formato antigo continuam válidas até que a atualização ocorra e seja publicada uma nova portaria.