Agronegócio

Campeão de produtividade de soja no Brasil dedica prêmio ao pai, morto em 2021

Ernest Milla, que produzia no Paraná há mais de 50 anos, faleceu logo após a colheita e foi representado pelo filho, Karl Milla

O Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb) anunciou nesta quinta-feira, 17, os vencedores do concurso Desafio de Máxima Produtividade de Soja. Na edição deste ano, o grande vencedor foi Ernest Milla, da fazenda Fundo Grande em Pinhão (PR).

A produtividade alcançada na área do concurso foi de 129, 16 sacas por hectare. A propriedade também foi a grande campeã da região Sul. Ernest Milla, que produzia na região há mais de 50 anos, faleceu logo após a colheita e foi representado pelo filho, Karl Milla.

Karl deu continuidade no trabalho da família ao lado dos irmãos e recebeu a premiação em nome do pai. Em entrevista ao Mercado & Companhia, ele falou sobre este sentimento de ser uma referência de soja, um legado deixado pelo patriarca da família.

“É um sentimento de muita felicidade e a gente compartilha com os colaboradores da fazenda, agrônomos, meus irmãos e, especialmente, com meu pai, que infelizmente a gente veio a perder esse ano, que teve grande participação nessa construção. Estamos felizes e com um pouco de sentimento de perda”, disse.

Segundo Karl, o ano foi de superação e foi sugestão do próprio Cesb colocar o nome de Ernest na premiação, in memoriam. “Essa fazenda abriu há mais de 50 anos. Antes de falecer ele disse que nunca tinha visto uma soja com tamanho potencial. Chegou a acompanhar a colheita, mas não soube o número final do Cesb”, disse Karl.

Segredo da produtividade

Quando perguntado qual seria o segredo para uma produtividade tão alta, ele disse que são vários fatores e muito trabalho realizado nas últimas décadas. “Não existe um segredo só. É uma conjunção de fatores. Essa área é plantada há mais de 50 anos, meu pai foi um dos primeiros em plantio direto e o nosso foco é no solo, na sustentabilidade, para passar para as próximas gerações da forma melhor do que quando começou”, disse.

Ele explica que a propriedade tem um solo com muita matéria orgânica, resultado da rotação de cultura, e uma prática de conservação rígida. “Também tomamos muito cuidado com o manejo de pragas e doenças., Quando se tem uma planta sadia a partir da raiz, com microorganismos no solo, deixa a cultura mais saudável e preparada. Obviamente, o clima áudio na nossa região, que é uma região fria e tivemos um clima mais quente e seco, acabou contribuindo para a soja.  Além da dedicação de toda equipe”, ressaltou.