Nesta sexta-feira, 5, o bairro da Vila Maria, na capital de São Paulo, recebeu uma feira de rua protegida do coronavírus. O evento foi totalmente pensado para manter a tradição das feiras livres e, ao mesmo tempo, garantir a saúde, o bem-estar e a segurança dos consumidores e dos comerciantes.
A feira contou com mais de 80 barracas e feirantes preparados e equipados para receber o público a pé ou de carro em mais de 470 metros lineares na Rua Andaraí, 755, das 8 horas da manhã até o meio-dia.
Uma esperança de retomada
Essa foi uma experiência nova para Valdete de Souza, feirante que comanda uma barraca de legumes há mais 40 anos. Ela conta que durante a pandemia as vendas caíram em 30% e o salário da família ficou reduzido. “Tivemos que economizar e também diminui o que eu dava para eles, porque tá difícil para mim, porque nós temos impostos para pagar”, lamenta.
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A feira-livre está entre as atividades essenciais, mas o medo da contaminação espantou a clientela. Por isso a Feira Segura é tão importante. “Vivemos muitas incertezas, um desencontro de notícias. Mas a clientela estava sentindo falta da feira”, falou o feirante Diego Gomes.
Para se ter uma ideia da importância das feiras na cidade de São Paulo, dados recentes apontam que cerca de 68% do hortifrutigranjeiro produzido no estado é escoado nesse tipo de comércio. Frequentar a feira livre é da cultura do cidadão brasileiro e do estado de São Paulo. “O brasileiro tem costume de apalpar e sentir cada legume, cada hortaliça, então a feira é importantíssimo para nós”, nos disse o presidente do Sindicato Rural de Ibiúna (SP), Maurício Tachibana.
O Canal Rural apoia a Feira Segura
Como veículo de comunicação voltado para consumidores e produtores do agronegócio brasileiro, o Canal Rural é defensor de maneiras que possibilitem a retomada da comercialização, garantindo a segurança de produtores e consumidores.
“Nesse momento é muito importante a gente entender que a produção de alimentos e o escoamento de alimentos até a população não pode parar. Mas tem que ser de forma muito segura, muito consciente e com a mudança muito grande de hábitos”, disse o presidente do Canal Rural, Julio Cargnino.
A qualidade dos alimentos e o preço baixo continuam, mas a Feira Segura trouxe como novidade as medidas de segurança para evitar a proliferação da Covid-19. O projeto estimula a higienização com álcool em gel em todos os totens e, além disso, feirantes e consumidores utilizam máscaras e respeitam o distanciamento social.
O pagamento das mercadorias é feito sem contato direto, e o aplicativo PicPay foi escolhido como melhor opção para compras. De fácil acesso, a ferramenta eletrônica permite que o comprador faça suas compras em questão de segundos, sem precisar ter contato com equipamentos ou dinheiro.
“A gente está trabalhando agora com PicPay, que é um aplicativo mais seguro, porque aí não precisa usar o cartão, não precisa ter contato com dinheiro e é mais seguro pro cliente também”, disse o feirante Mauro Akiyama.
A Feira Segura é uma iniciativa da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Senar São Paulo e União Nacional dos Feirantes. A Vila Maria, na zona norte da capital paulista, foi a primeira a receber o projeto que irá se estender aos outros bairros.
“Nesse período de pandemia nós precisamos mudar nossos conceitos, nós temos que ter o modelo diferente para salvaguardar vidas e também salvaguardar os alimentos”, declarou o vice-presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
Segundo o diretor de marketing da União Nacional dos Feirantes, Edson Januário, essa pandemia serviu como aprendizagem e mudanças de conceitos para o setor. “Nós visitamos várias feiras por dia e, cada vez mais, nós estamos avançando um pouco mais na prevenção e posso garantir que a feira é segura”, falou.
