Agronegócio

Fertilizante: entrega deve ser recorde em 2020 com alta de 1%, diz FCStone

A perspectiva, segundo a consultoria, considera um leve incremento nas aplicações dos adubos nas lavouras de grãos e recuo na aplicação em culturas que sofrem desvalorização no momento

A Consultoria INTL FCStone prevê uma entrega recorde de fertilizantes no Brasil em 2020. Devem ser consumidas 36, 6 milhões de toneldas neste ano, alta de 1% em relação ao ano passado. Isso porque a relação de troca entre soja, potássio e fósforo ainda é a melhor dos últimos cinco anos para o perído.

Contudo, a nova estimativa está abaixo do último dado apontado em fevereiro, onde a previsão era de 36,9 milhões de toneladas.  A perspectiva, segundo a consultoria, considera um leve incremento nas aplicações dos adubos nas lavouras de grãos e recuo na aplicação dos insumos em culturas que sofrem desvalorização no momento.

“A pandemia do novo coronavírus instaurou um quadro de incertezas em nível mundial, influenciando as perspectivas de crescimento econômico de importantes consumidores do complexo NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) e de insumos”, revelou o estudo.

A consultoria observa que, apesar de a conjuntura atual acarretar na maior volatilidade das cotações das principais commodities, como os grãos, a comercialização em dólar está compensando as quedas dos preços de soja e milho para o produtor brasileiro. Esse cenário, segundo a análise da FCStone, corrobora para perspectivas ainda favoráveis para aplicação de adubos no segundo semestre – período em que é semeada a safra de verão 2020/2021.

Em compensação, o consumo de fertilizantes por setores nos quais as cotações permanecem em patamares mais baixos pode ser afetado, em virtude do custo “dolarizado” dos adubos no mercado interno. Neste sentido, a FCStone considera que o nível de investimentos em fertilizantes por setores com custos de produção mais acentuados, como o do algodão e da cana-de-açúcar, tende a ser prejudicado.

A consultoria pontua também que fatores como a disponibilidade de crédito público e privado, o nível de remuneração dos produtores, as relações de troca entre fertilizantes e grãos e os reflexos econômicos da pandemia da Covid-19 devem ainda influenciar as perspectivas para o mercado brasileiro de fertilizantes no segundo semestre.