Soja: seca no Rio Grande do Sul diminui projeção de safra no Brasil

Consultoria INTL FCStone reduziu em 4 milhões de toneladas a perspectiva de produção no Brasil, indo para 120,1 milhões de toneladas

lavouras secas do Piauí
Foto: divulgação

A consultoria INTL FCStone revisou para baixo a projeção de soja produzida no Brasil no ciclo 2019/2020. Segundo a empresa, a expectativa de produção em abril ficou em 120,1 milhões de toneladas, contra 124,1 milhões de toneladas em relação ao número estimado anteriormente.

Essa queda acontece principalmente pela quebra de safra no Rio Grande do Sul. No estado, a expectativa é de produção em 12,14 milhões de toneladas, recuo de aproximadamente 5 milhões de toneladas em relação ao número de março .

“Esse ajuste é fruto de uma queda no rendimento no Rio Grande do Sul, que passou de 2,88 para 2,04 toneladas por hectare, devido às chuvas irregulares e escassas, aliadas a temperaturas elevadas, que prejudicaram fortemente o desenvolvimento da soja em muitas áreas. Caso se confirme, essa produção configurará o menor nível do estado desde a safra 2011/12”, disse a empresa em relatório.

Apesar disso, leves aumentos são esperados na estimativa da safra para estados como Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Piauí e Maranhão, que impediram um recuo ainda maior da produção nacional. Em Mato Grosso, a expectativa é de recorde, com 34,5 milhões de toneladas de soja.

Milho

A consultoria praticamente manteve a projeção de produção de milho em 101,09 milhões de toneladas, considerando leve aumento no ciclo de verão combinado à queda projetada para a safrinha, além de 1,16 milhão de toneladas estimados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a terceira safra.

Os ajustes da INTL FCStone em relação à primeira safra do cereal, agora em 26,02 milhões de toneladas (alta de 1,4% em relação ao número de março), vieram motivados pelas perspectivas de melhores produtividades na região do Matopiba, com destaque para os estados de Maranhão e Piauí. 

Já na safrinha, a queda da produção veio em reposta à perspectiva de uma menor área plantada, principalmente em Minas Gerais. A produção total neste ciclo deve se consolidar 73,9 milhões de toneladas, volume 1% acima do produzido na temporada anterior.

“Essa área menor em Minas Gerais se refletiu no pequeno corte, de 0,5%, para o total nacional, que ficou em 13,24 milhões de hectares. Para o Centro-Oeste, principal região produtora da segunda safra do grão, o clima é acompanhado de perto”, ponderou a INTL FCStone, em relatório.

As chuvas das últimas semanas foram bem-vindas na região, mas as precipitações precisam ir de encontro às previsões em abril, para garantir as expectativas atuais de um rendimento médio para o Brasil em 5,58 toneladas por hectare, segundo análise do grupo.

Os estoques finais da safra 2019/2020 de milho continuam estimados ao redor de 9 milhões de toneladas. As perspectivas de um menor volume disponível no mercado doméstico permanecem, após o forte consumo (interno e para exportações) em 2019.