Agronegócio

Soja: após angústia da estiagem, produtores do Piauí agora esperam safra recorde

Produtores sofreram com a falta de chuva em dezembro e janeiro, mas tempo ajudou e plantas tardias estão dando bons resultados

Depois de um período de estiagem, o produtor rural do Piauí está animado com o bom regime de chuvas na fase final da colheita da soja. A expectativa, agora, é que o estado colha uma das maiores safras da história.

O período de seca no estado durou quase 30 dias em dezembro e isso gerou perdas de 20% no potencial produtivo das lavouras semeadas em outubro, mas a realidade mudou no início de 2021  e, para evitar mais prejuízos, a estratégia em é aproveitar as tréguas da chuva para acelerar a retirada dos grãos do campo.

“Choveu ontem, teve garoa pela manhã, uma soja que já poderia estar colhida, mas o tempo se mostrou muito chuvoso nos últimos dias. Podem ver  que ela já está com a palha mais escura, por isso estamos nessa luta tentando escapar do tempo e escapar da chuva”, disse o agricultor Rubens Fridrich, da Fazenda Faxinal, em Uruçuí do Piauí.

Apesar do esforço e das quebras pontuais estimadas por causa da seca, o agricultor comemora o bom rendimento dos primeiros talhões e acredita que a produção total da fazenda vai ser satisfatória. “Uma lavoura que pegou pouquíssima chuva no seu ciclo. Do momento que foi plantada até o momento que foi dessecada ela pegou apenas 280 milímetro de chuva em uma terra antiga e, no momento do enchimento do grão, foi bastante castigada, Mas, com as bênçãos de Deus está saíndo um resultado muito bom, acima de 50 sacas por hectare, safra muito boa, para nossa região em especial e com todo esses problemas que teve de veranico antes e até agora com a própria chuva”, falou.

A má formação dos grãos causada pela estiagem no começo da safra também foi motivo de quebra na área de soja precoce cultivada na fazenda de Miguel Gustavo Kuss. Agora, ele espera que o bom regime de chuvas na fase final do ciclo ajude no desempenho das cultivares mais tardias que ocupam 80% dos 1.300 hectares semeados na propriedade. “Em janeiro a gente sofreu com uma estiagem de 25 dias e normalizou no começo de fevereiro, mas neste intervalo deu muita chuva irregular”, nos contou.

Das primeiras sojas plantadas, o agricultor calcula uma perda de 20%. Mas das plantas mais tardias, a expectativa é de uma boa produção.

O presidente da Aprosoja Piauí, Alzir Pimentel Aguiar Neto, explica que uma cadeia cada vez mais tecnificada é fundamental para conseguir enfrentar problemas como esses do clima. “A  safra 20/21 como toda safra, especialmente no estado do Piauí, tem as suas peculiaridades e suas adversidades, bastante chuvas nos últimos dias o que tem atrapalhado a colheita e o produtor tem vencido ela com bastante técnica e profissionalismo”, ressaltou.

Segundo a entidade, cerca de 5% das lavouras já foram colhidas no Estado. Para o presidente da associação, as chuvas que causam transtornos e preocupação nas primeiras áreas, também colaboram com o desempenho das plantações mais tardias, que ainda estão em fase de enchimento de grãos. “Tem enchido grão de forma considerável, estamos diante da maior área de soja plantada no Piauí, quase 830 mil hectares acreditamos em um potencial no entorno de 55 sacas por hectare.E Estamos nos deparando em torno de 2,7 milhões de toneladas de soja para esse ano, que é um recorde de produção para o Piauí. Outro dado importante é que o Piauí tem expandido a sua área de safrinha esse ano e vamos ter um aumento muito significativo de quase 25% a mais em relação ao ano passado”, concluiu.

 

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