Agronegócio

Veja o que deve mexer com o mercado da soja na próxima semana

Pandemia e tensões entre EUA e China centralizam as atenções; veja a análise completa de Safras & Mercado

Soja, lavoura, colheita, grão
Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural

A semana que começa no dia 25 de maio deve ser marcada por mais um movimento de divisão de atenções entre os impactos socioeconômicos da pandemias do novo coronavírus e fatores ligados à oferta e à demanda do complexo de soja. Os compradores acompanham também, com atenção, a reabertura gradual de importantes economias mundiais, incluindo os EUA.

Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Luiz Fernando Roque: 

  • O mercado permanece dividindo atenções entre os impactos socioeconômicos da pandemia de coronavírus ao redor do mundo e fatores ligados à oferta e à demanda do complexo soja nos principais países produtores e consumidores. A questão envolvendo a demanda chinesa pela soja norte-americana volta a ganhar peso diante da renovação das tensões entre Estados Unidos e China;
  • Os players acompanham com atenção a reabertura gradual de importantes economias mundiais, incluindo os EUA. Enquanto o pior parece já ter passado na Europa e nos EUA, a América do Sul se tornou o novo epicentro mundial da pandemia, segundo a OMS. Tais fatos devem continuar chamando a atenção do mercado nos próximos dias. Apesar de uma situação aparentemente melhor nas principais economias, os temores de uma segunda onda de contaminação da doença ao redor do mundo permanecem;
  • Paralelamente, o novo aumento das tensões geopolíticas entre EUA e China impedem uma maior tranquilidade dos mercados. Nesta última semana, Trump voltou a subir o tom contra o governo chinês, colocando novamente boa parte da culpa pela pandemia na conta do país asiático. Apesar disso, mais uma vez a China deu sinais de boa vontade ao comentar que o país continua trabalhando para honrar a fase 1 do acordo comercial entre os países. De qualquer maneira, as incertezas permanecem, e a demora para o anúncio de grandes compras chinesas de soja dos EUA impede valorizações em Chicago;
  • No lado da oferta, o mercado acompanha os trabalhos de plantio da nova safra dos EUA, que permanecem avançando em ritmo acelerado. O clima continua favorecendo a evolução das máquinas e o desenvolvimento inicial das lavouras já semeadas. Em resumo, os níveis de umidade dos solos são considerados positivos nos principais estados produtores. O panorama inicial da nova safra norte-americana é bastante favorável. Tal fato também pesa sobre Chicago;
  • No Brasil, a forte demanda por exportação somada a um câmbio ainda elevado diante das tensões internacionais e fatores políticos, econômicos e sanitários internos mantém os preços da soja firmes, favorecendo os vendedores. Apesar disso, o apetite por compras maiores no mercado interno diminuiu nos últimos dias.