Aliança da Soja

'A biotecnologia de soja da próxima década já está pronta', diz diretor da Bayer

Multinacional trabalha com a soja I3, já em fase de aprovação comercial, e com a I4, a ser lançada nos próximos anos

Do planejamento de uma nova biotecnologia de soja até o lançamento no mercado brasileiro, decorre-se, em média, 13 anos. Em alguns países, esse tempo é até maior, chegando a 16. Por conta deste longo processo, empresas de melhoramento genético, como a Bayer, antecipam agora o que o produtor instalará no solo apenas na próxima década.

Para exemplificar este processo, vale lembrar que em 1997 foi realizado o primeiro plantio autorizado da soja RR. Posteriormente, houve o lançamento da Intacta, com controle de lagarta e tolerância ao glifosato. Na safra 2020/21, mais de 35 milhões de hectares foram semeados com essa tecnologia em toda a América Latina. Já a Intacta 2Xtend, lançada nesta temporada 2021/22, traz três novas proteínas para aumentar a resistência da soja a lagartas, trazendo, também, tolerância ao Dicamba.

Durante o Fórum Aliança da Soja – Inovação e o Futuro da Agricultura Tropical, a diretora de Segurança de Produtos da Bayer Latam, Márcia José, enfatizou que o próximo lançamento da multinacional será a soja I3, que já está em fase 3 de desenvolvimento, ou seja, na aprovação comercial. “Como o tempo de implementação de uma nova tecnologia é longo, a Bayer já trabalha com a Soja I4, a quarta geração de resistência a insetos, que ainda está em fase 1 de desenvolvimento e será comercializada na próxima década”, destaca.

Já o diretor de Negócios de Soja e Algodão da empresa, Fernando Prudente, contextualiza que há 20 anos, antes da introdução da biotecnologia, o produtor de soja, independente da região, produzia cerca de 30 sacas por hectare. “Hoje esse agricultor tem média de 60, sendo que temos casos de 70, 80, 100 sacas. O grande diferencial veio na operação deste agricultor. Hoje ele pode contar com variedades produtivas que reduzem a necessidade de operações, seja para controle de lagartas, de plantas daninhas, tornando a produção mais sustentável e, claro, com mais rentabilidade”.

Segundo ele, a soja teve o impacto direto de levar avanço para o interior do Brasil. “Nosso país saiu de importador da commodity para exportador. Hoje somos o segundo maior produtor mundial em termos de agricultura e isso leva a imagem de produtividade. É aqui que a demanda de alimentos do mundo será suprida nos próximos anos. A próxima década, falando em inovação e tecnologia, já está pronta”.

Prudente ainda destaca que a biotecnologia da soja ajuda na sustentabilidade porque permite mais produção em menor área, o que também faz reduzir o uso de insumos.