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Perus: veja como prevenir a cólera aviária; doença é séria, mas tem cura

Processos estressantes, como alimentação inadequada ou manejo incorreto, podem desequilibrar a relação entre hospedeiro e bactéria

O nome é um pouco complicado: A Pasteurella Multocida é o agente causador da cólera aviária, agora sim, um nome um pouco mais simples, mas que assusta muito os produtores de aves, principalmente, de perus. A prevenção é realizada por meio das medidas de biosseguridade colocadas em prática nos plantéis. Os estudos e as pesquisas sobre a cólera aviária vão sempre sendo atualizadas, então, vamos às informações:  

Manejo

A Pasteurella Multocida é uma bactéria que pode ser mantida normalmente na região das vias aéreas de animais saudáveis sem causar doenças em hospedeiros. O trato respiratório é a principal porta de entrada, mas o trato gastrointestinal também pode ser considerado. Processos estressantes como alimentação inadequada ou insuficiente, manejo incorreto ou infestações parasitárias podem desequilibrar a relação entre hospedeiro e bactéria, facilitando o desenvolvimento da cólera aviária. “Em períodos frios, atenção às cortinas muito fechadas. A presença de amônia dentro dos galpões também afeta o sistema respiratório das aves, abrindo portas para um desequilíbrio”, alerta a médica veterinária Herta Bezerra. 

Sintomas e tratamento

A cólera aviária é uma doença séria de alcance mundial. A maioria dos surtos afeta galinhas, patos, gansos, sendos os perus as aves mais suscetíveis entre as domésticas, principalmente, entre 16 e 40 semanas de idade. A maior mortalidade ocorre no período de produção. Aves doentes apresentam anorexia, descargas nasais e diarréia aquosa, entre outras consequências. Nos casos agudos, pode ser observada hemorragia nas mucosas de diversos órgãos e pneumonia, mas a ausência de lesões não é descartada. A forma crônica da doença apresenta edemas ou inflamações. Algumas aves podem apresentar torcicolo como consequência de inflamação na meninge. “Nós, veterinários, monitoramos os sintomas e  aguardamos um diagnóstico laboratorial preciso para identificação da Pasteurella. Aí, orientamos o tratamento com antibióticos para reverter o quadro”, diz Herta.

Desafios sanitários

Para prevenir a cólera aviária, as medidas de biosseguridade devem ser colocadas em prática. A Pasteurella Multocida também acomete suínos e bovinos, portanto, se o produtor transitar entre diferentes produções, o vazio sanitário deve ser cumprido. “Devemos tomar cuidado para não acabar levando um número maior de bactérias ou novas bactérias ainda mais patogênicas para os galpões. É essencial trocar de calçados sempre que entrar nos aviários e adotar medidas contra vetores, como roedores e pássaros silvestres. Não enxergamos bactérias e vírus, mas eles podem estar ali presentes”, explica Herta. A bactéria presente na região da cloaca contamina água, ração e ambiente. Lotes recuperados permanecem como carreadores da Pasteurella Multocida e podem disseminar o hospedeiro para agentes suscetíveis.