NATUREZA EM RISCO

Árvore tóxica: saiba mais sobre a origem da espécie que mata abelhas

Apesar de ser muito usada na arborização urbana, espécie pode ser mortal para os insetos que pousam em suas flores

Spathodea campanulata, árvore tóxica
Foto: Divulgação/IMA

Uma árvore muito conhecida ganhou destaque na última semana. Isso porque a espécie é amplamente usada na arborização urbana de várias cidades brasileiras, mas que pode ser mortal para abelhas nativas. Estamos falando da Spathodea campanulata, de grande porte e que pode atingir até 25 metros de altura.

Em Santa Catarina, por exemplo, o plantio ou manutenção da árvore são proibidos por meio de uma lei, com aplicação de multas de R$ 1 mil por planta ou muda produzidas. Neste sentido, o governo catarinense até lançou uma campanha de conscientização.

Origem exótica

A espécie é conhecida como espatódea, bisnagueira ou tulipeira-do-gabão e vem de regiões tropicais da África Ocidental. A sua disseminação na América do Sul ocorreu por causa das flores grandes e coloridas, se tornando uma característica conhecida em várias ruas pelo Brasil.

Além do uso ornamental da árvore, são diversos os registros das propriedades medicinais dessa espécie e uso como controladores de pragas. Porém, estudos laboratoriais e relatos de campo apontam que néctar, pólen e mucilagem da planta podem reduzir a sobrevivência de espécies nativas de abelhas.

Como a planta afeta as abelhas?

Segundo as pesquisas, o néctar e o pólen da espatódea aumentam a mortalidade de espécies de Melipona, abelhas sem ferrão. Além disso, os estudos indicam a presença de compostos na mucilagem e no pólen que são tóxicos ou interferem no metabolismo desses insetos. Assim, o padrão de mortes dentro das flores e o aumento da mortalidade em condições controladas são consistentes entre si.

Em resposta a esses riscos, estados brasileiros passaram a restringir o plantio da espécie, por meio de legislações e orientações técnicas. A recomendação é evitar o plantio da espécie próximo a áreas de apicultura e corredores de vegetação nativa. Para arborização urbana, a orientação é priorizar espécies nativas comprovadamente “amigas” dos polinizadores, reduzindo os riscos.