Redução na taxa de juros estimula contratação de crédito rural, avalia diretor do Mapa

Economia 360

Redução na taxa de juros estimula contratação de crédito rural, avalia diretor do Mapa

Especialista ainda destacou a consolidação dos títulos do agronegócio e a importância da contratação do seguro rural

A contratação de crédito nos primeiros 30 dias do Plano Safra 2020/2021 apresentou desempenho recorde, somando mais de R$ 24 bilhões. O volume representa 50% a mais do que o registrado no mesmo período do ano anterior, de acordo com o Balanço de Financiamento Agropecuário da Safra 2020/2021, divulgado pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O destaque mais significativo foi o aumento de 110% nos financiamentos de investimento, sendo contratados R$ 5,2 bilhões. De acordo com o diretor de Crédito e Informação do Mapa, Wilson Vaz de Araújo, o crescimento pode ser justificado pela credibilidade que o produtor tem no seu negócio, na sua atividade.

“Penso que talvez essa retomada tenha relação com a expectativa da taxa de juros que vinha sendo aplicada no plano safra passado e registraram uma redução substancial agora. O produtor entrou com ânimo para a próxima safra, temos indicativos de que as vendas de fertilizantes foram fortes no primeiro semestre. Em relação ao custeio, o que se pode esperar é que caminhamos para outra safra similar ou próxima desta que está sendo colhida”, disse o diretor no terceiro episódio do Economia 360, apresentado por Paola Cuenca.

A liderança ainda destacou que os investimentos dão o tom para a atividade a médio e longo prazo, considerados um bom sinal para a agricultura e para a sociedade brasileira.

Vaz também reforçou a importância do agronegócio, que apesar da pandemia do novo coronavírus, seguiu em frente e em nenhum momento o país enfrentou problemas de desabastecimento.

Além disso, durante a entrevista, o especialista explicou sobre o trabalho do governo para atender as demandas do próprio setor. Entre os meses de janeiro e fevereiro, várias entidades do agronegócio, como cooperativas, a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), agentes financeiros são consultadas.

“Vamos tentando ajustar e corrigir o que não está bem calibrado. Dentro disso, temos setores que apresentam bons resultados nos últimos anos e à medida que os resultados ficam bons, o grau de confiabilidade aumenta e, consequentemente, alguns dos obstáculos na concessão de crédito tendem a ir se dissolvendo. A concessão acaba sendo mais fácil”, pondera Vaz.

O uso de tecnologia também acaba facilitando a concessão de crédito, ainda na visão do diretor. “Há uma convergência de movimentos para seguir nesse mundo mais tecnológico, o financiamento do agronegócio está indo muito rapidamente nessa direção também”, completa.

Títulos do agronegócio

Os títulos do agronegócio foram criados para captar recursos, sobretudo no mercado de capitais, para o financiamento da agricultura. Nesse contexto, as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) foram as primeiras a se consolidarem.

“E a aprovação da lei 13.986, em abril deste ano dá certos ajustes na regulamentação do processo de captação e de concessão dos empréstimos com origem desses recursos. Passando as incertezas, essas serão as fontes de financiar a agricultura mais de mercado, grandes produtores, as agroindústrias”, afirma Vaz.

Seguro rural

Sobre o seguro rural, o diretor ainda destaca que a importância dessa contratação está cada vez mais consolidada. “O agricultor está mais consciente de que a agricultura é uma atividade a céu aberto e fica a mercê das intempéries climáticas. Por isso, a importância de ter seguro para que pelo menos as despesas fiquem cobertas”, conclui.

Ficou interessado? Assista ao programa na íntegra e saiba mais sobre o novo Plano Safra. Fique ligado, pois na próxima semana o Economia 360 vai falar sobre as operações de barter dentro das contratações de crédito rural.

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