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ANÁLISE

Governo precisa articular com setor privado para isentar mais produtos do tarifaço

Para Welber Barral, há espaço para que o Brasil negocie com os EUA melhores condições para suas exportações.

Donald Trump e Howard Lutnik, secretario de Comércio EUA
Foto: Casa Branca

O tarifaço prometido por Donald Trump contra as exportações brasileiras veio menos agressivo do que o inicialmente esperado. A Ordem Executiva assinada pelo presidente norte americano traz uma lista com quase 700 exceções a tarifação de 50%. Analistas do mercado avaliam que há margem para o Brasil negociar com os Estados Unidos uma ampliação dessa lista de exceções.

Para Welber Barral, advogado e ex-secretário de Comércio Exterior, o país deve se preparar para dialogar com os norte-americanos.

“Sempre há espaço para negociação. É importante lembrar que, desde o início do ano, Trump já anunciou diversas medidas contra Canadá e México. Algumas foram renegociadas e setores chegaram a ser excluídos, como o automotivo e o eletrônico no caso do México. Então, evidentemente, há margem para negociação e o Brasil precisa se preparar. Isso envolve montar uma lista de possíveis concessões e entender quais são as reais demandas dos Estados Unidos”, explica Barral.

Ele destaca, no entanto, que as negociações com o governo Trump tendem a ser difíceis, pois não se limitam a pautas econômicas e envolvem disputas simultâneas com outros países.

“É uma situação complexa. O governo Trump está envolvido em várias negociações comerciais ao mesmo tempo, e tem adotado uma postura agressiva, com ameaças a diversos parceiros. Embora já tenha fechado acordos com Japão, União Europeia e Coreia do Sul, ainda há muitas tratativas em andamento. Além disso, o Brasil não está entre os principais parceiros comerciais dos EUA, o que nos coloca em uma posição de menor prioridade”, pondera o especialista.

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Segundo ele, diante desse cenário, o Brasil precisa agir em várias frentes. A primeira é estabelecer uma interlocução direta entre os dois governos. “Pelo que se sabe, os primeiros contatos, por meio do vice-presidente, têm sido positivos”, afirma.
Barral acredita ainda que uma das estratégias mais eficazes para pressionar Washington a negociar é envolver o setor privado brasileiro.

“O governo Trump é altamente transacional. Ele busca vitórias que possa apresentar aos eleitores. O Brasil tem instituições maduras e excelentes negociadores. Acredito que será possível articular governo e setor privado para incluir mais produtos na lista de exceções às tarifas”, conclui.

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