Economia

PIB do Brasil em 2020 deve ter retração de 6,4%, diz Banco Central

A projeção está associada, essencialmente, ao avanço e à duração da pandemia da Covid-19, assim como a adoção das medidas de isolamento no país

Jair Bolsonaro e Paulo Guedes
Foto: Palácio do Planalto

O Banco Central (BC) revisou para baixo a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Agora, a economia brasileira terá contração de 6,4% neste ano, segundo a edição mais recente do Relatório Trimestral de Inflação (RTI). Na edição anterior, publicada em março, a previsão era de estabilidade.

“A alteração da projeção está associada, essencialmente, ao avanço e à duração da pandemia da Covid-19 em território nacional, com a consequente adoção, a partir da segunda quinzena de março, de medidas de isolamento
social no país”, disse o BC no documento, acrescentando que a magnitude destes eventos superou ‘significativamente’ o que se esperava em março.

Segundo o Banco Central, a projeção para o PIB anual considera que o recuo no segundo trimestre  será o maior observado desde 1996, início do atual Sistema de Contas Nacionais Trimestrais. Espera-se que tal contração seja seguida de recuperação gradual nos dois últimos trimestres do ano, repercutindo diminuição paulatina e heterogênea do distanciamento social e de seus efeitos econômicos.

O Banco Central destacou ainda, no Relatório de Inflação referente ao segundo trimestre deste ano, que a previsão para a inflação ao consumidor, medida pelo Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), está abaixo do piso perseguido pela autoridade monetária para este ano, de 2,5%, em todos os cenários. Já a estimativa para a alta dos preços em 2021 caiu, mas segue acima do piso.

Considerando-se o primeiro cenário, que assume que a taxa Selic (básica de juros) e a taxa de câmbio permanecem constantes ao longo do horizonte de projeção, a projeção para o IPCA em 2020 caiu de 3% no RTI de março para 1,9% no documento divulgado nesta quinta-feira, 25. No cenário que considera as taxas Selic e de câmbio no relatório de mercado Focus, a estimativa passou de 2,6% para 2,4%.

Já nos cenários híbridos, que combinam como pressupostos taxa Selic constante e taxa de câmbio da pesquisa Focus e, alternativamente, taxa Selic da pesquisa Focus e taxa de câmbio constante, as projeções para o IPCA em 2020
passaram de 3% para 2% e de 2,60% para 2,30%, respectivamente.