Economia

Reforma tributária terá de ser discutida 'em outro patamar', segundo Maia

Presidente da Câmara disse que motivo seria o endividamento público caminhando para '90%, 95%' do Produto Interno Bruto (PIB) devido às medidas para combater a crise do novo coronavírus

Rodrigo Maia
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou em transmissão ao vivo nesta quinta-feira, 7, estar convencido de que, com o endividamento público caminhando para ‘90%, 95%’ do Produto Interno Bruto (PIB) devido às medidas para combater a crise do novo coronavírus, reformas como a administrativa e a tributária terão de ser discutidas ‘em outro patamar’ no segundo semestre.

“Para controlar uma relação dívida/PIB maior, o remédio talvez tenha que ser maior, também”, disse, referindo-se à repactuação do tamanho do Estado brasileiro e, principalmente, às despesas com salários de novos servidores públicos.

Ele ponderou, contudo, que o momento para promover essas discussões não é este, pois a prioridade agora é buscar soluções de curto prazo para os efeitos da pandemia da Covid-19.

Sobre a votação do socorro a estados e municípios, com um alívio financeiro total de R$ 125 bilhões – R$ 60 bilhões em repasses diretos da União -, Maia alertou sobre como a contrapartida do congelamento dos reajustes para determinadas categorias não traz qualquer economia em um momento de queda de arrecadação.

Ele relatou, ainda, que a Câmara decidiu ‘não entrar em atrito com o Senado’ na inclusão de professores entre as categorias imunes ao congelamento. O presidente da Câmara reforçou, por outro lado, ser positivo que o governo federal tenha iniciado uma ‘boa relação’ com partidos do bloco conhecido como centrão, que votaram em acordo com o Planalto nessa matéria.

“Organizar essa base de forma transparente, aberta, acho que ajuda o governo. O governo estava sem partido para pedir verificação de votação nas matérias de interesse do governo”, comentou Maia. “Formar uma base é importante com partidos que têm influência e experiência no Congresso”. O deputado não crê, no entanto, que os partidos que aderiram à base do governo, como o progressistas, vão mudar a sua agenda.