Tejon: Estou com receio da imagem do Brasil e os impactos para o agro

Agronegócio

Tejon: Estou com receio da imagem do Brasil e os impactos para o agro

Especialista fala da necessidade de uma liderança que una o Brasil para que o país possa sair da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus

Apesar dos esforços do Ministério da Agricultura para socorrer o agro neste momento que vive o mundo, especialistas no setor defendem um plano coletivo e estratégico para preservar a agropecuária, que responde por uma participação fundamental na atividade econômica e no abastecimento do país.

O professor, escritor e blogueiro do Canal Rural, José Luiz Tejon, por exemplo, explica que há um esforço do ministério nesta pandemia, mas o governo tem falhado ao não dar um plano mais elaborado para minimizar os impactos da pandemia na cadeia produtiva.

“A ministra é heroica nesse processo todo. Mas é necessário uma equipe trabalhar e o que eu não vejo é um planejamento estratégico do agro brasileiro (…). O agro é a única coisa que temos de base econômica poderosa e forte para acessar os mercados internacionais e precisamos investir os pouquíssimos recursos que temos a disposição numa cadeia econômica que gere a curto prazo os melhores resultados”, disse.

No entanto, na visão de Tejon, a imagem brasileira não está muito positiva no exterior por diversos motivos, mas o principal neste momento é a falta de entendimento no combate à pandemia da Covid-19.

“A imagem brasileira é extremamente prejudicada. Pode ser que sejamos o país campeão do mundo em mortes na pandemia, torço para que não, mas não estamos conseguindo orquestrar uma reação. Ficamos com a imagem de um país infectado. Também tem a questão do aumento do desmatamento ilegal na Amazônia. Para Soja e milho, até acho que vai, mas para os produtos que aparecem no consumo final, somos um país infectado e que está derrubando a mata”

Para José Luiz Tejon, o que falta aos político brasileiros é unidade e capacidade de dialogar. “É muita gente berrando, muita gente falando, e não temos o fundamento da administração. (…) Para se liderar no Brasil, é preciso dialogar com os três poderes e de um esforço gigantesco de diálogo, de não se transformar dissidentes em adversários. Isso está atrapalhando muito o que se poderia ser feito”, completou.

Ele lembra que o maior concorrente do Brasil no agronegócio são os EUA, que têm como líder um excelente vendedor que é Donald Trump. “Sem ilusões sobre isso. Temos que disputar o mercado de maneira competitiva e a imagem é muito importante”, finalizou.

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