Ração deve ser completa, mas probióticos podem ajudar a absorver nutrientes

Suplementos naturais mantém a integridade intestinal dos animais e atendem ao mercado consumidor, que exige redução do uso dos promotores de crescimento

O cálcio e o fósforo são os minerais mais importantes para o desenvolvimento das aves; já para os suínos engordarem com saúde em todas as fases do ciclo de produção são necessárias diversas vitaminas que desempenham diferentes funções no organismo. Vamos entender melhor como a alimentação está relacionada com o desempenho dos animais nas granjas e quais são os nutrientes que podem ser oferecidos via suplementação.

Suínos: núcleo vitamínico mineral

O milho e o farelo de soja são as bases da alimentação dos suínos. É mais ou menos assim: 75% é  milho, energia, e 21% farelo de soja, proteína. Só isso é suficiente? Não. É recomendável incluir aí um núcleo vitamínico mineral que corresponde aos 4% restantes, composto por cálcio, fósforo e vitaminas. São muitas as vitaminas que um suíno precisa receber, como as do complexo A e B, além da vitamina D. Elas estão relacionadas à prevenção de doenças e à função reprodutiva, entre outras funções. 

Aves: polivitamínicos ou compostos orgânicos

Em relação à dieta das aves, as vitaminas são indispensáveis para todas as funções fisiológicas: crescimento, desenvolvimento muscular, manutenção e reprodução. Como grande parte das vitaminas não são sintetizadas pelos animais, a suplementação diária em pequenas quantidades faz toda a diferença. Estamos falando dos polivitamínicos dissolvidos em água ou dos compostos orgânicos via ração, que tornam a alimentação das aves mais eficiente sem elevar significativamente os custos dos produtores. As vitaminas também melhoram a imunidade das aves, e consequentemente, ajudam a garantir a qualidade do produto final: a carne que comemos. 

Aves: cálcio e fósforo

Os produtores devem priorizar a suplementação especialmente se os animais enfrentarem algum desafio sanitário que interfira no consumo de ração, como falhas no manejo da temperatura nos galpões. Anote aí as vitaminas que devem fazer parte da alimentação das aves: Vitaminas A, E, K, C, vitaminas do complexo B e vitamina D, que tem a função de manter estáveis os níveis de cálcio e fósforo no organismo. A deficiência de cálcio resulta em problemas como ossos e bicos frágeis. Cálcio e fósforo são reguladores da ingestão de alimentos. Mas atenção: a deficiência de qualquer uma das vitaminas destacadas implica em problemas de desempenho. 

Palavra do especialista

O médico veterinário Eduardo Trevisol explicou que a formulação da ração nas fábricas contém todas as vitaminas, microminerais e macrominerais que os animais precisam, mas é importante garantir o consumo do alimento nas quantidades recomendadas para que não haja deficiência de nutrientes e para que a suplementação não seja necessária. “O mercado hoje exige um menor uso dos promotores de crescimento e, por isso, existem muitos trabalhos científicos nesse sentido. Os probióticos, por exemplo, são produtos naturais que mantém a qualidade intestinal dos animais e que ajudam na absorção de minerais, vitaminas e de todos os demais nutrientes presentes nos alimentos”, explica. 

Observação do comportamento dos animais

É importante que o produtor registre todas as informações sobre o consumo de água e ração e acompanhe a qualidade das excretas dos animais. “Se o animal apresentar quadros de diarreia, é importante intervir, pois significa que animais não estão absorvendo todos os nutrientes presentes na ração. No contrato de integração, a integradora fornece todos os alimentos aos produtores. Se existir alguma necessidade de suplementação, o técnico vai orientar o produtor”, explica Eduardo.