Ligados & Integrados

Barreiras sanitárias nas fábricas garantem segurança e qualidade da ração

Do recebimento da matéria prima ao transporte do produto final, todas as etapas do ciclo de produção devem obedecer a rígidos protocolos de higiene

Como está o ganho de peso dos seus animais? Nas granjas, aves e suínos recebem ração à vontade, mas controlar a origem do alimento também faz parte do manejo correto. As barreiras sanitárias onde tudo começa, nas fábricas que produzem e fornecem ração aos integrados, não podem falhar. As medidas de biosseguridade na indústria de insumos são obrigatórias e impedem a entrada de contaminações externas, garantindo a produção de rações com altos níveis de qualidade e sanidade. 

Obedecendo rigorosamente às boas práticas propostas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, as fábricas de ração mostradas na reportagem adotam medidas de controle para garantir a segurança do alimento produzido. A produção de insumos segue um rígido padrão de qualidade, iniciado com o transporte do alimento em frotas exclusivas. Os caminhões obedecem aos programas de higienização estabelecidos pela empresa e são submetidos ao processo de sanitização sempre que entram nas fábricas. Em velocidade reduzida, os veículos passam por um arco de desinfecção que cobre completamente a parte externa com solução desinfetante específica para a redução de contaminantes. 

Em relação às medidas de biosseguridade adotadas pelos funcionários e visitantes que entram nas unidades, todos trocam suas roupas por uniformes previamente higienizados e utilizam os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) necessários. Ao entrarem na área produtiva, todos trocam de botas e higienizam as mãos.

Além dos cuidados pessoais, em todo o processo de produção são realizadas limpezas físicas e descontaminação de equipamentos, ambientes e estruturas de forma contínua e planejada para remoção de sujidades. As limpezas internas de equipamentos e das estruturas são realizadas com o auxílio do aspirador de pó para evitar a formação de poeira. Vassouras, espátulas e pás específicas para cada área são identificadas por cores para impedir contaminação cruzada. Também é realizada desinfecção química através da aspersão de produtos sanitizantes previamente testados e aprovados.

A limpeza física também é realizada na parte externa da fábrica com auxílio de carrinhos varredores para a retirada de resíduos que podem atrair pragas. Após os procedimentos, a coleta de amostras ajuda a monitorar e avaliar a eficácia dos procedimentos. Medidas preventivas e corretivas minimizam a atração, o acesso e a proliferação de pragas nas instalações. Dentre as medidas de controle, as fábricas possuem barreiras físicas e armadilhas como gaiolas e caixas que portam iscas. O uso do controle químico à base de praguicidas é eventual, quando há aumento de população de uma praga específica. Do recebimento das matérias primas ao transporte do produto final, os procedimentos visam à proteção da saúde humana, animal e do meio ambiente.

Os procedimentos seguem rígidas normas de segurança para não haver riscos para a saúde e a segurança dos colaboradores. Nos silos de expedição da fábrica, onde fica armazenada a ração pronta, a limpeza é realizada uma vez por semana e são retirados os resíduos das paredes, do teto e do funil. Já no resfriador, equipamento responsável por resfriar a ração após o processo de peletização, a limpeza ocorre duas vezes por semana. Os funcionários usam todos os equipamentos de proteção necessários para a atividade de varrição das paredes, tetos e pisos. Após a limpeza, o setor de qualidade verifica a efetivação do procedimento e libera o equipamento para ser sanificado. Se estiver tudo certo, é aplicado antisalmonella em pó e o equipamento está pronto para ser utilizado novamente. 

De acordo com a engenheira química Naira Cardoso, há uma auditoria específica para a gestão de fornecedores que ajuda a garantir que o produto chegue à fábrica sem contaminações, mas durante o processo fabril também é possível realizar a retirada de microorganismo. “Como falamos de produtos à granel, podem existir vírus e bactérias que surgem durante o processo de transporte em produtos mal ensacados, por exemplo. Tanto na descarga quanto na acomodação e armazenagem dos produtos na fábrica, são realizados procedimentos de higienização. Depois, para transportar a ração aos integrados, os caminhões também passam por higienização e limpeza”, disse.