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Limpeza do aviário: para cada desafio sanitário, um tipo de desinfetante

Processos são realizados por etapas. Tempo de ação dos produtos deve ser respeitado para garantir eficácia

 

O manejo no intervalo entre lotes é importante para reduzir os riscos sanitários. Após a saída dos frangos, antes de um novo alojamento, é preciso realizar a limpeza completa e posteriormente a desinfecção, incluindo o teto do aviários e os equipamentos.  

A limpeza do aviário deve ser feita em duas etapas. A primeira é seca e serve para retirar o material orgânico do galpão: cama, ração, fezes, penas, ovos quebrados. Se necessário, o piso deve ser raspado à mão para retirar torrões de cama, de ração ou outros resíduos. Depois da limpeza seca, vem a limpeza úmida. Água, sabão ou detergente servem para dispersar e retirar a matéria orgânica das superfícies. O produtor Odair Tofanin explica que a lavagem deve ser feita de cima para baixo. “Começa no forro e vai descendo por etapas, até chegar às linhas de ração e água, exaustores e à cortina lateral. Depois da parte interna, é hora de ir para a área externa”. 

Com as superfícies ligeiramente secas, a desinfecção deve ser realizada com equipamentos de alta pressão em todo o aviário: pilares, bandôs e muretas. Desinfetantes são compostos por substâncias químicas para eliminar patógenos e devem ser diluídos na dosagem indicada pelo fabricante. As cortinas devem ser levantadas para não haver dispersão do produto. Os aplicadores devem utilizar equipamentos de proteção individual. Informações sobre o desinfetante devem ser registradas, como nome do produto, quantidade e data de uso. De acordo com a Embrapa, eles devem ser à base de amônia quaternária, glutaraldeído, formol, cloro, iodo, cresol ou fenol. 

Para a médica veterinária Ana Paula Porto Romão, a limpeza a seco deve começar assim que o lote sair. Dejetos, materiais orgânicos, restos de fezes e de ração devem ser retirados do ambiente. Na sequência, a limpeza úmida deve ser realizada com detergente específico, neutro, ácido ou alcalino, de acordo com a instalação e com o desafio sanitário enfrentado no local. “Hoje, classificamos os desinfetantes em oxidantes ou não oxidantes. Os oxidantes normalmente são hipocloritos com ação mais rápida. Os não oxidantes são à base de amônia quaternária com longa ação, ou seja, apresentam um efeito residual maior. No momento em que optamos por um ou outro, devemos observar quais agentes são positivos na granja. Também é importante verificar a qualidade da água utilizada nos processos”, explica. 

O treinamento dos funcionários que realizam a higienização é outro fator essencial para manter o status sanitário do aviário. Já o tempo de ação dos detergentes deve ser respeitado. “Devemos esperar ele agir para a retirada do biofilme e de toda matéria organizada existente. Depois do enxágue, devemos esperar as instalações secarem para aplicar o desinfetante. Isso porque o desinfetante aplicado em um ambiente úmido acaba diluindo o percentual estipulado para a ação. Uma vez aplicado, devemos esperar secar pelo tempo necessário para que seja eficaz”, finaliza Ana Paula.

 

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