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Perus: criação exige atenções específicas como temperatura em 27 ºC

Visitamos uma granja no Rio Grande do Sul, onde os produtores rurais preparam o galpão dias antes. Muita lenha e biosseguridade à risca

A criação de perus é dividida em duas fases. A transferência dos animais do da granja iniciadora para a granja de terminação não é só um dos momentos mais importantes do manejo, como pode ser determinante para o sucesso da produção.

Para o Alcir Catelli, produtor de perus de um criadouro que já conta com duas mil aves, o processo de transferência é sempre um momento de muita expectativa: “Esperamos sempre receber aves sadias, que resultem em uma boa conversão alimentar. Elas chegam com cerca de um 1,5kg e saem com uma média entre 22 a 24kg. Quanto melhor a ave, melhor o nosso rendimento”, explica.

Assim como garantir saúde da ave durante o primeiro mês após seu nascimento é uma obrigação dos iniciadores, os terminadores devem manter a qualidade de vida dos perus para garantir um bom resultado de manejo. Para isso, precisam se preparar antes de receber o novo lote de perus.

Um dos principais cuidados do Alcir durante a transferência é manter a temperatura ambiente em 27 graus Celsius. O produtor rural mora em Travesseiro, no RS. Região que chega aos 7 graus facilmente durante o outuno. As aves são muito sensíveis às baixas temperaturas.

Para garantir uma boa ambiência, 24 horas antes da chegada dos novos perus, faço fogo nas fornalhas, deixo elas bem aquecidas, além disso, as aves também são recebidas com uma boa quantidade de comida, água já clorada e de boa qualidade”, explica Alcir.

As aves devem encontrar alimento à vontade ao chegarem no novo alojamento. A altura dos comedouros deve estar adequada. Até os 56 dias de vida, a referência para essa regulagem é o papo da ave e, após esse período, passa a ser o meio do papo, acompanhando seu desenvolvimento. 

Aumentar a oferta de ração e água, principalmente nos 30 dias iniciais após a chegada das aves, pode melhorar os indicadores zootécnicos, como a conversão alimentar e o ganho de peso.

“Evitamos o acúmulo de poeira e disponibilizamos também uma cama confortável para acomodar as aves. Caso alguma delas esteja debilitada, nós cuidamos para que se recupere. É preciso ter amor pelos animais”, finaliza o produtor.

Alcir conta que recebe cerca de três lotes por ano e realiza a troca da cama por uma nova, certificada e desinfetada, também anualmente. A fermentação da cama, porém, é realizada a cada troca de lote para reduzir a pressão de infecção do substrato e eliminar patógenos. Além disso, nesse intervalo, é feita também a lavagem dos aviários, com desinfecção, manejo de roedores e o controle de pragas como o “cascudinho”.

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