Mato Grosso

Mato Grosso: Bombeiros alertam para utilização incorreta de contrafogo

Mato Grosso é responsável por 19,5% dos focos de calor registrados durante o ano no Brasil, seguido do Pará

A expansão de focos de calor nas proximidades da rodovia MT-351, no bioma de Cerrado, entre a capital Cuiabá e a Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, tem mobilizado agentes do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil nos últimos nove dias. Donos de propriedades rurais na região devem estar atentos quanto a utilização incorreta de contrafogo.

De acordo com o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, ações de combate estão intensificadas na região da MT-351 com o apoio de aeronaves da Defesa Civil. Também são utilizadas aeronaves agrícolas adaptadas para uso durante o período de incêndios, que nesse período possui contrato com governo do estado para atender tais ocorrências.

O capitão do Corpo de Bombeiros, Macksen Semoto, informa que ainda existem alguns focos ativos na região do Manso e Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. Ele ressalta que o fogo que atinge a região norte, próximo a Usina Hidrelétrica de Manso, está controlado.

“Onze equipes encontram-se empenhadas no local para fazer o combate. No período da noite também quatro equipes ficaram fazendo o combate e tivemos sucesso na missão. Entretanto, os focos continuam. Também vale lembrar a população para não fazer a prática do contrafogo. E, por ventura se chegar próximo da propriedade acione o Corpo de Bombeiros para fazer o contrafogo, pois o fogo pode perder o controle e se alastrar ainda mais”, orienta Semoto.

Período proibitivo segue

Mato Grosso encontra-se em período proibitivo do fogo, conforme lembra o capitão do Corpo de Bombeiros. O período teve início em 1º de julho e segue até 30 de outubro.

Estão proibidas todas as atividades de limpeza de pastagem e lavouras nas áreas rurais com o uso de fogo. Já na área urbana as queimadas são proibidas o ano todo.

Lidera ranking nacional

Mato Grosso entre janeiro e agosto deste ano registrou 16.458 focos de calor, aponta monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe). O número equivale a 19,5% do total de 84.389 ocorrências constatadas no Brasil. O Pará é o segundo com 15.277.

De acordo com o Inpe, o acumulado de 2022 do estado supera em 18,6% a quantidade registrada em 2021 de 13.872 ocorrências. Contudo, ao se comparar com 2020, ano em que o estado viu o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães e o Pantanal em chamas, há uma redução de 16% ante os 19.606 focos constatados no mesmo período.

Somente em agosto 7.699 focos de calor foram registrados pelo Inpe, quase metade do verificado em oito meses. Um aumento de 301,24% ante os 1.919 episódios de julho, mês em que o estado apresentou temperaturas mais amenas. O monitoramento revela que no comparado com 2021 há um crescimento de 16% ante os 6.617 focos e em relação as 10.430 ocorrências de 2020 queda de 26%.