Projeto Fazenda Pantaneira Sustentável eleva índices zootécnicos na pecuária de MT

Mato Grosso

Projeto Fazenda Pantaneira Sustentável eleva índices zootécnicos na pecuária de MT

Ação visa auxiliar pecuaristas do bioma Pantanal de MT a se desenvolverem economicamente na região e de forma sustentável

Redução na idade do primeiro parto e aumento da taxa de média de prenhez. Estes são alguns dos índices zootécnicos obtidos pelo projeto Fazenda Pantaneira Sustentável (FPS) desenvolvido há quatro anos em Mato Grosso.

O projeto é realizado em 15 propriedades localizadas nos municípios de Poconé, Cáceres, Barão de Melgaço, Santo Antônio de Leverger, Itiquira e Rondonópolis. O Fazenda Pantaneira Sustentável visa auxiliar produtores rurais do bioma Pantanal de Mato Grosso a se desenvolverem economicamente na região e de forma sustentável.

A ação é uma parceria da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Embrapa Pantanal, Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) e Sindicatos Rurais.

Os números do projeto foram apresentados nesta quinta-feira (1º) durante o 3º Encontro de Produtores da Fazenda Pantaneira Sustentável, em Cuiabá.

Analista de rentabilidade pecuária do Imea, Emanuel Salgado revela que entre os anos de 2020 e 2022 os índices zootécnicos das propriedades assistidas apresentaram resultados significativos. Segundo ele, a taxa média de prenhez saltou de 50% para 72% e a idade do primeiro parto reduziu de 33 para 32 meses.

“Nós conseguimos melhorar o índice de mortalidade nas propriedades, idade do primeiro parto e, talvez, a taxa mais importante, o maior sucesso, seria a taxa de prenhez”, diz o analista.

Outro ponto de destaque, apontado pelo especialista do Imea, é quanto a taxa de lotação do pasto que subiu de 0,98 unidade animal por hectare para 1,07 unidade animal.

Alcides Caetano Martins é um dos 15 produtores assistidos pelo projeto. Pecuarista há 40 anos em Poconé, ele revela ter conseguido aumentar a densidade de animais dentro da área.

“O Pantanal num modo geral ele sempre foi extensivo. E, hoje a gente vê que há necessidade de fazer qualquer coisa para rotacionar, porque com isso você vai preservar melhor o Pantanal, não vai degradar e as pastagens também vão melhorar”, salienta o pecuarista.

Gado abate bovino
Foto: Embrapa Territorial

Conservação do bioma e fortalecimento da atividade

Conforme a diretora da Acrimat, Eloísa El Hage, os resultados vistos na Fazenda Pantaneira Sustentável são “impressionantes”, em especial no que tange ao manejo reprodutivo.

“Os índices reprodutivos desse rebanho, que é para produção do bezerro, já impactam financeiramente o lucro dessa atividade no Pantanal, respeitando toda a particularidade desse bioma e trazendo o fortalecimento do pantaneiro como produtor, como pecuarista”, diz El Hage.

Chefe-geral da Embrapa Pantanal, Suzana de Salis, destaca que a conservação do bioma é um dos pontos importantes do projeto.

“O mais importante que fica da ferramenta é você produzir no Pantanal com a conservação do ambiente. Acho que isso é o desafio. É o legado mais importante que a gente pode deixar. Manter o pantaneiro no Pantanal produzindo e manter o Pantanal para o futuro”.

Assistência será ampliada a partir de 2023

De acordo com a gestora de Núcleo Técnico da Famato, Lucélia Avi, a partir de 2023 o projeto Fazenda Pantaneira Sustentável passará a ser um programa e será expandido para mais 60 propriedades.

“Ele será um programa dentro da assistência técnica do Senar em parceria com a Embrapa e a Acrimat. A ideia é a partir de 2023 começarmos a diminuir as visitas nessas 15 propriedades, que já estão caminhando sozinhas, e iniciar um acompanhamento mais efetivo nas 60 propriedades que irão aumentar a assistência técnica”, comenta a gestora da Famato.

Confira entrevistas com a Acrimat e Embrapa Pantanal:

Eloisa El Hage – diretora Acrimat

 

Suzana de Salis – chefe-geral da Embrapa Pantanal

 

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