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DECISÃO ADIADA

Governo Federal pede mais prazo para regulamentação de uso de cannabis para fins medicinais

A ampliação do prazo tem como objetivo discutir a medida com os setores envolvidos e com a sociedade

cannabis medicinal
Foto: Pfüderi/ Pixabay

O governo, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), solicitou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a prorrogação em 180 dias do prazo para a publicação do ato normativo que vai regulamentar o acesso aos fármacos derivados de cannabis, para fins medicinais e científicos, em todas as suas etapas. O pedido foi feito na terça-feira (30/9) à ministra Regina Helena Costa, relatora do Incidente de Assunção de Competência (IAC) 16.

De acordo com o plano de ação entregue em maio ao STJ, a regulamentação normativa deveria ser publicada até o dia 30 de setembro. O acórdão determinou que a União e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) editassem a regulamentação autorizando a importação de sementes, o plantio, cultivo e comercialização da variedade da cannabis para fins exclusivamente medicinais

A ampliação do prazo tem como objetivo discutir com os setores envolvidos e com a sociedade as soluções para que a regulamentação seja efetiva e abrangente e defina as atividades necessárias à garantia da segurança à saúde.

Novo cronograma

Para isso, o pedido propõe um novo cronograma para ser cumprido em seis meses que inclui a participação popular, com a oitiva da sociedade civil; análise e compilação das informações e contribuições recebidas; elaboração de documentos e minuta de ato normativo e, por fim, edição da norma de regulamentação.

O Plano de Ação para Regulação e Fiscalização do Acesso a tratamentos de doenças com fármacos a base de cannabis, entregue em maio ao STJ, foi elaborado em cumprimento a decisão do tribunal, de novembro de 2024. A corte autorizou a produção no país para fins exclusivamente medicinais, estabelecendo um prazo para sua regulamentação.

A proposta do governo contida no Plano de Ação foi elaborada a partir da articulação entre diferentes órgãos do poder executivo, além do diálogo com especialistas, associações de pacientes, instituições científicas e representantes do setor regulado.

No Brasil, desde 2015, a Anvisa autoriza a importação de produtos à base de cannabis com prescrição médica e, a partir de 2019, foi regulamentada a comercialização no país com matéria-prima importada.

Potencial terapêutico

Estima-se que mais de 670 mil pessoas no Brasil utilizem fármacos à base de cannabis para o tratamento de condições graves, como esclerose múltipla, epilepsia refratária e dor crônica.

Estudos científicos consolidados comprovam o potencial terapêutico no controle de sintomas resistentes às abordagens convencionais, com impacto significativo na qualidade de vida desses pacientes.

O acesso a esses tratamentos ocorre, principalmente, por via judicial. O Ministério da Saúde, desde 2022, atendeu cerca de 820 decisões para oferta desses produtos. Embora sem regulamentação no país, muitas pessoas físicas e jurídicas conseguem na Justiça autorização para produção exclusivamente para uso medicinal.

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