NO PARANÁ

Governo lança programa para certificar e regularizar CAR durante encontro de líderes rurais

Iniciativa garante segurança jurídica a 220 mil imóveis rurais e marca o encontro estadual promovido que reuniu mais de 4 mil produtores

CAR; encontro líderes
Foto: reprodução/Planeta Campo

Mais de 4 mil agricultores e pecuaristas de todas as regiões do Paraná participaram, na última sexta-feira (5), do Encontro Estadual de Líderes Rurais, promovido pelo Sistema Faep.

Durante o evento, o governo estadual lançou o CertiCAR, programa que certifica e regulariza os Cadastros Ambientais Rurais (CAR), reforçando a segurança jurídica no campo e colocando cerca de 220 mil imóveis em conformidade imediata com a legislação ambiental.

O encontro também foi marcado por debates sobre os desafios enfrentados pelo agronegócio em 2025 e pelas perspectivas para 2026. A programação incluiu palestras técnicas, apresentações culturais e celebrações pelos 60 anos da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).

Segundo representantes da entidade, o Paraná é hoje o estado com maior área regularizada perante o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Agricultura.

Segundo o governador do Paraná, Ratinho Junior, esse avanço é resultado de um trabalho conjunto entre setor produtivo e governo, que inclui um sistema criado para dar mais agilidade ao processo de homologação do cadastro.

Reconstrução em Rio Bonito do Iguaçu

Além do lançamento do novo programa ambiental, o governador apresentou atualizações sobre as ações de reconstrução em Rio Bonito do Iguaçu, município devastado por um tornado no início de novembro. Entre as medidas anunciadas estão uma ajuda mensal de R$ 1 mil para famílias atingidas, um plano de reforma de casas de até R$ 50 mil e o início da construção de 320 novas moradias para quem perdeu todo o patrimônio.

Na área rural, o governo também disponibilizou o Banco do Agricultor Paranaense, linha de crédito com juros zero para reconstrução de estruturas produtivas. Em alguns casos, produtores também recebem recursos a fundo perdido, nos mesmos moldes do programa de reforma habitacional.

Pecuária de corte

Na pecuária de corte, os produtores avaliam que 2025 marcou o início de uma mudança de ciclo. Nos últimos anos, a baixa remuneração levou a um abate elevado de fêmeas e muitos pecuaristas acabaram vendendo matrizes para recuperar o caixa.

“Isso está ocasionando uma diminuição na produção de bezerro. A consequência é o aumento dos preços, porque falta bezerro, vai faltar boi magro daqui a dois anos. Então é um ciclo de alta”, explica o produtor rural, Rodolpho Botelho.

Segundo Botelho, a combinação de menor oferta e forte demanda internacional, especialmente de países asiáticos, do Oriente Médio, da Europa e dos Estados Unidos, traz perspectivas de valorização para o setor.