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BIOTECNOLOGIA

Sementes salvas ainda cobrem 20% da área de soja no Brasil

Prejuízo estimado com sementes salvas e sementes piratas é R$ 2,44 bilhões por ano

Pelo menos 20% das sementes de soja no Brasil não são certificadas, são as chamadas sementes salvas. Isso representa um volume 11 milhões de sacas de 50 quilos, de um total de 55,3 milhões de sacas de semente da oleaginosa produzidas no Brasil no ciclo sementeiro 2022/23. O estado com maior percentual de sementes salvas no ciclo foi o Rio Grande do Sul, com 49%, enquanto São Paulo é o menor, com 10%, liderando em cobertura de área o uso da chamadas sementes legais ou devidamente certificadas. Maiores estados produtores de soja o país, Mato Grosso e Paraná utilizaram 16% e 12% de sementes salvas, respectivamente.

Os dados foram apresentados durante o Encontro Nacional dos Produtores de Sementes de Soja (Enssoja 2024), realizado na semana passada em Foz do Iguaçu, no Paraná, pela Abrass (Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja), que discutiu pesquisa, tecnologia, biotecnologia, mercado, política de reforma tributária e sustentabilidade na cadeia produtiva da semente de soja.

Lars Schobinger, CEO da consultoria Blink Inteligência Aplicada, explica que a semente salva não é ilegal. Ele explica que a legislação permite ao agricultor reservar parte da sua produção como semente para uso próprio. O que se discute, alerta o consultor, é a qualidade sanitária e fisiológica, que pode comprometer vigor e germinação, reduzir produtividade e rentabilidade. Disse ainda que entre os focos principais do setor é preciso ter a qualidade e certificação, com gestão mais profissional.

A semente salva não é ilegal. A legislação permite ao agricultor reservar parte da sua produção como semente para uso próprio. O que se discute, alerta o consultor Lars Schobinger, é a qualidade sanitária e fisiológica, que pode comprometer vigor e germinação, reduzir produtividade e rentabilidade.

Conforme os dados apresentados por Lars, o mercado informal de sementes causa um prejuízo anual de R$ 2,44 bilhões no Brasil. Ele se refere ao uso de sementes salvas e piratas, que deixam de recolher royalties, impostos que deixam de ser arrecadados e prejuízos na lavouras decorrentes do uso de sementes não certificadas. Em 2022/23 o mercado de sementes de soja movimentou R$ 33,6 bilhões e empregou direta ou indiretamente 2,3 milhões de pessoas.

Gladir Tomazelli, presidente da Abrass, destacou a importância da cadeia produtiva da soja na economia e na balança comercial do Brasil. Bem como da participação da associação nesse contexto, com associados distribuídos em 10 estados do país. “Hoje nós somos 48 associados e comercializamos 25 milhões de sacas de sementes de soja, mais de 50% das sementes comercializadas em 2023”. Mais da metade das sementes de soja legais comercializadas no Brasil são multiplicadas por associados da Abrass.

Lars Schobinger (Blink Inteligência Aplicada), fala dos números da semente de soja, durante o Enssoja, em Foz do Iguaçu. | Foto: Abrass.

Assista uma reportagem da nossa equipe sobre o tema que foi ao ar no Canal Rural TV – Rural Notícias.

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