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#AconteceuEm2020: ‘Me sinto um mendigo procurando por comida’, disse caminhoneiro no início da pandemia

Em vídeo nas redes sociais, o motorista Ilizeu Kosooski conta como foi presenciar o fechamento do único restaurante que tinha encontrado aberto na estrada

No início da pandemia de Covid-19, aind ano mês de março, o caminhoneiro Ilizeu Kosooski fez um desabafo que comoveu as redes sociais. Em vídeo publicado no Facebook, o motorista criticou as condições que caminhoneiros estavam trabalhando, diante da pandemia do novo coronavírus. 

Emocionado, ele relatou que durante sua rota, precisou parar em um restaurante na BR-101, em Casimiro de Abreu (RJ), e o que encontrou foi o comércio sendo fechado. “O único restaurante que estava aberto era de uma senhora. Por volta das 16 horas, chegou a vigilância e mandou fechar o local. Hoje, ela vendeu marmitas para nós, eu ia ficar para jantar porque lá eu tinha certeza que teria comida, agora já não sei mais”, disse.

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Fechamento do restaurante relatado pelo caminhoneiro

No vídeo, Kosooski comenta que hviam poucos caminhoneiros nas estradas. Segundo ele, muitos estão com medo da doença. “Eu olho para a rodovia e ela está assim, vazia, todos estão trancados em casa, mas ninguém pensa em manter o Brasil em pé. Mas se a gente não transportar o alimento, como os médicos e enfermeiros conseguirão trabalhar? Eles também precisam se alimentar”, questiona.

Ele fez ainda um apelo ao governo para que mantivessem restaurantes e outros comércio essenciais abertos nas rodovias. “Será que não está na hora se amenizar a situação, deixar restaurantes abertos, dar suporte para nós. Precisamos do apoio de todo mundo. As autoridades precisam saber que a gente precisa de suporte nas estradas”.

 

No dia 20 de março, o governo federal publicou a medida provisória 926 e o decreto 10.882 definindo que atividades ligadas ao agronegócio e ao transporte de cargas – como os pontos de alimentação localizados em rodovias – também são essencias. Por conta da essencialidade, esses comércios devem permanecer em funcionamento durante a quarentena. 

 

 

“Vocês que estão em casa, vocês ainda têm alimentos, sim né? Somos nós que estamos transportando, vocês não estão percebendo isso. Ninguém está apoiando nossa classe”, disse na ocasião.