Café

Não está encontrando armazéns para guardar o café? Conab dá dicas

A colheita acelerada e o escoamento mais lento complicaram a logística do grão

café, geadas, funcafé
Foto: Tony Oliveira/CNA

Produtores de café relatam dificuldade para encontrar espaço em armazéns. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a situação é fruto da combinação de colheita acelerada de uma safra bastante volumosa — provavelmente, a segunda maior da história do Brasil — com relativa lentidão das exportações e do consumo interno, por conta da pandemia, que tem causado problemas no escoamento do produto.

Para ajudar o setor produtivo e os compradores a encontrarem locais para armazenar, a Conab sugere o Sistema de Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras (Sicarm). A ferramenta, disponível no site da entidade, informa quais empresas têm armazéns disponíveis em todo o país. O cadastro é atualizado constantemente e oferece detalhamento por região. O sistema também mostra a situação cadastral da empresa junto à companhia, o que dá mais segurança na hora da contratação do serviço de armazenagem.

Outra opção aos cafeicultores neste momento é a contratação dos serviços das próprias Unidades Armazenadoras (UAs) da Conab. As UAs e seus respectivos volumes disponíveis para armazenagem em Minas Gerais são: Campos Altos e Perdões têm espaço para receber 9,5 mil toneladas cada uma; São Sebastião do Paraíso, 10 mil toneladas; Uberlândia comporta mais 18 mil toneladas e Varginha, 7,4 mil toneladas.

Em São Paulo, onde os armazéns são frequentemente ocupados também por outros produtos, a dificuldade para encontrar espaço é maior. Nesse estado, a Conab dispõe ainda de capacidade para armazenamento de 4,2 mil toneladas na unidade de Bernardino de Campos, embora a de Garça esteja lotada.

A equipe da companhia pede atenção à possibilidade de pouco espaço nas microrregiões de Franca, Amparo e Marília, e em algumas localidades de Minas Gerais.

Conforme dados da Conab, produtores já venderam cerca de 60% da atual safra. Os preços estão cerca de 30% acima dos patamares do mesmo período de 2019, puxados pelo dólar valorizado. Mas o escoamento também tem sido afetado pela concorrência nos portos com outros produtos, que tiveram os embarques alavancados pelo dólar remunerador.