Agricultura

FPA vê convergência única e favorável às pautas do agro no Congresso

O deputado federal Sérgio Souza acredita que é o momento ideal de resolver impasses de temas como a regularização fundiária

A eleição do deputado federal Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pachego (DEM-MG) para as presidências da Câmara e do Senado, respectivamente, cria um momento “promissor” para avançar com pautas importantes para a agropecuária brasileira. A avaliação é do novo presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), deputado Sérgio Souza (MDB-PR).

Souza tomou posse do comando da FPA nesta terça, 2, assumindo o posto que foi ocupado por dois anos pelo deputado Alceu Moreira (MDB-RS). Em um almoço que contou com a presença da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e do ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, a nova liderança da bancada disse que a mudança nas presidências do Congresso criam uma “convergência única” para que o agronegócio avance em suas pautas prioritárias.

“Há uma convergência. Estamos passando pelo melhor momento, que é o da convergência, da vontade e unicidade. Temos Arthur Lira (PP-AL) na Câmara e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que serão os grandes aliados da FPA em suas causas”, afirmou Souza, destacando ainda o alinhamento com o “pensamento ideológico” do presidente Jair Bolsonaro.

O presidente da FPA , que integra mais de 260 deputados da Câmara, mencionou “três pautas caras ao setor produtivo” e que devem ser priorizadas, a partir da nova composição no Congresso: a regularização fundiária, a liberação de novas moléculas para defensivos agrícolas e a revisão da legislação em processos de demarcação de terras indígenas.

“A regularização fundiária vai dar um título a quem tem direito, e trará responsabilidade, em respeito à legislação ambiental. Nós teremos identificado quem, de fato, desmata e faz queimadas ilegais neste país, para nós extirparmos de vez a imagem negativa que temos dentro e fora de nosso país”, disse.

Sobre os defensivos, o parlamentar afirmou que a ministra Tereza Cristina tem avançado no tema, mas que é preciso “resolver essa questão de uma vez”. “Nós sabemos o que o governo faz dentro da questão de liberação de novas moléculas na Anvisa e a modernização das moléculas que temos aí. Sabemos o quanto foi difícil avançarmos nisso no mandato passado, mas essa é uma grande oportunidade de resolver isso de uma vez.”

Indígenas

Em relação às terras indígenas, as prioridades da bancada do agro dizem respeito a mudanças na legislação que permitam a exploração comercial das terras para produção – seja pelos próprios índios ou arrendamentos para produtores -, além da revisão do marco temporal de ocupação das terras, com o argumento de que os povos indígenas só poderiam ter direito à terra se provassem que estavam ocupando o território em 1988 ou anos anteriores.

“Sabemos o que o governo faz na questão de demarcação de terras indígenas, mas precisamos avançar na questão de legislação”, disse, chamando a atenção para uma “janela de oportunidade” para tratar desses temas. “Tudo leva a crer que nós teremos continuidade desse governo liberal por vários anos, mas uma hora podem retornar aqueles que não têm a mesma ideia que nós. Estamos vivendo o melhor momento para avançarmos naquelas pautas que são caras ao setor produtivo.”

Na avaliação de Sérgio Souza, o terceiro ano do mandato presidencial seria o mais “ideal” para tocar os temas, porque já passou o ano inicial de arrumação e o ano seguinte, de eleições municipais. “Nenhum ano é melhor para avançarmos nessas pautas do que o terceiro ano do mandato. É agora que tem que ser. Este é o ano, e é no primeiro semestre. Precisamos avançar nestas pautas prioritárias e esta é a nossa missão.”

O presidente da FPA disse que vai atuar para que o agronegócio deixe de ter uma imagem negativa dentro e fora do País. “Vendem uma imagem que nós não produzimos com sustentabilidade, alimentos de qualidade com responsabilidade ambiental, quando nós fazemos isso melhor do que qualquer país do mundo.”