Agricultura

Índia suspende exportação de trigo e preço dispara em Chicago

Analistas acreditam que o mercado deve levar algum tempo para se adaptar ao novo aperto na oferta mundial de trigo

A Índia proibiu as exportações de trigo devido ao súbito aumento dos preços do cereal no mercado mundial. A informação é da agência de notícias da Alemanha Deutsche Welle.

Segundo o país, a proibição da exportação do cereal é para evitar riscos à segurança alimentar.

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Foto: Daniel Popov

Índia é o segundo maior produtor de trigo, com 107 milhões de toneladas, aproximadamente 13,5% da produção mundial.

Preço dispara

Nesta segunda-feira (16), pela manhã, os contratos futuros do trigo negociados na Bolsa de Chicago (CBOT, na sigla em inglês) retomaram o pregão com preços acentuadamente mais altos.

Cerca de um mês atrás, o país asiático havia garantido que atenderia à demanda global em meio à guerra na Ucrânia. A Índia pretendia embarcar um recorde de 10 milhões de toneladas de trigo neste ano.

Os preços em Chicago subiram aos maiores níveis desde 8 de março deste ano.

Analistas acreditam que o mercado deve levar algum tempo para se adaptar ao novo aperto da oferta. Ao que tudo indica, no entanto, acordos prévios do governo e do setor privado indiano com outros países devem ser cumpridos, como é o caso do Egito.

Às 11 horas da manhã, os contratos com entrega em julho de 2022 estavam cotados a US$ 12,38 1/2 por bushel, alta de 0,61 centavos de dólar, ou 5,18%, em relação ao fechamento anterior.

Os contratos com entrega em setembro de 2022 operam a US$ 12,39 3/4 por bushel, ganho de 0,58 centavos em relação ao fechamento anterior, ou 4,97%.

G7

Neste fim de semana, a medida adotada pela Índia foi criticada pelos ministros de Agricultura do G7, reunidos na Alemanha, que afirmaram que a decisão do governo indiano “agravará a crise” de provisionamento mundial de cereais provocada pela guerra da Ucrânia.

“Se todos começarem a restringir exportações ou fechar seus mercados, a crise se agravará e isso prejudicará também a Índia e seus agricultores”, disse o ministro alemão, Cem Özdemir.