Agricultura

Insumos para vacinas: por que a ministra da Agricultura participou de reunião com a China?

Tereza Cristina é uma figura bem quista pelos chineses. Sob seu comando, o Ministério da Agricultura ampliou o mercado para o agro brasileiro

O Ministério da Agricultura, sob o comando da ministra Tereza Cristina, fez grandes avanços nos últimos dois anos. O trabalho da pasta na abertura de novos mercados e estreitamento de laços com parceiros comerciais importantes, como a China, rendeu diversos elogios a Tereza Cristina.

Desde fevereiro de 2020, o ministério mantém um grupo de trabalho chamado de “Núcleo China”. Coordenado pela assessora especial do ministério Larissa Wachholz, o grupo conta com profissionais brasileiros e chineses empenhados em aperfeiçoar e construir parcerias com o atual maior comprador de produtos agropecuários do Brasil.

Graças a esse trabalho desenvolvido, o ministério possui contatos e conexões fortes com membros do país asiático. Agora, o governo brasileiro pode ter se utilizado desta figura bem quista pelos chineses para tentar resolver o impasse envolvendo o fornecimento de insumos para a fabricação de vacinas contra a Covid-19 no Brasil.

Junto aos ministros da Saúde, Eduardo Pazuello, e das Comunicações, Fábio Faria, a ministra da Agricultura participou de uma reunião com o embaixador do país asiático no Brasil, Yang Wanming, nesta quarta-feira, 20, por meio de videoconferência.

“[Mas] Quem está à frente desse processo é o ministro Pazuello. A ministra, entre outros membros do governo, está apenas ajudando. Temos uma estrutura para cuidar de [assuntos sobre a] China no ministério e, por isso, acabamos tendo muitos contatos que estão sendo úteis neste momento”, afirmou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Orlando Ribeiro.

O ingrediente farmacêutico ativo (IFA), usado para a produção do imunizante da AstraZeneca, é fornecido pela China e, no momento, está retido em uma empresa do país asiático. Sem o produto, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que fabricará as vacinas no Brasil, teve que adiar para março a entrega das primeiras doses, que estavam previstas para o mês que vem.

Problema semelhante vem sendo enfrentado pelo Instituto Butantan, que produz a vacina CoronaVac e também depende da importação do IFA da China.

Em nota, a Secretaria Especial de Comunicação, vinculada ao Ministério das Comunicações, informou que o governo brasileiro vem mantendo negociações com o governo chinês para solucionar o impasse.

“O governo federal vem tratando com seriedade todas as questões referentes ao fornecimento de insumos farmacêuticos para produção de vacinas (IFA). O Ministério das Relações Exteriores, por meio da embaixada do Brasil em Pequim, tem mantido negociações com o Governo da China. Outros ministros do governo federal têm conversado com o embaixador Yang Wanming. No dia de hoje, foi realizada com o embaixador, uma conferência telefônica com participação dos ministros da Saúde, da Agricultura e das Comunicações. Ressalta-se que o Governo Federal é o único interlocutor oficial com o governo chinês”.

A Embaixada da China no Brasil também comentou, em postagem nas redes sociais, a reunião do embaixador com os ministros brasileiros. “Conversaram sobre a cooperação antiepidêmica e de vacinas entre os dois países. A China continuará unida ao Brasil no combate à pandemia para superar em conjunto os desafios colocados pela pandemia.”