Agricultura

Ministério confirma que Rússia embarcou fertilizantes ao Brasil nesta sexta-feira

Pasta não informou o volume da carga e as especificações do produto; empresa responsável pelo embarque é a mesma interessada na compra de fábrica de nitrogenados da Petrobras em MS

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou que a empresa russa Acron embarcou uma carga de fertilizante com destino ao Brasil nesta sexta-feira (4). No entanto, a pasta não informou o volume da carga e as especificações do produto embarcado.

O anúncio ocorre após o governo da Rússia ter recomendado às empresas do setor no país que suspendessem as exportações de fertilizantes. Segundo o Ministério da Indústria e Comércio russo, a decisão está relacionada com a desorganização da cadeia logística de exportação, afetada desde o início da guerra com a Ucrânia na última semana.

“Sobre a notícia de suspensão das exportações russas de fertilizante, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) esclarece que se trata de uma recomendação do governo russo que, a princípio, não está afetando ainda o comércio de fertilizantes para o Brasil. O Mapa recebeu a informação de embarque de fertilizantes, ocorrido hoje (4/3), da empresa russa Acron para o Brasil”, informou a pasta em nota.

A Acron é a empresa interessada na compra da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), da Petrobras, instalada no município de Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul. A fábrica estava sendo repassada à companhia russa, mas a assinatura do contrato dependia do aval da área de governança da petrolífera quando a guerra estourou.

A assinatura do contrato dependia só do aval da área de governança da petrolífera quando a guerra estourou. Agora depende também do tempo que o conflito vai durar e de seus efeitos no caixa da Acron.

Apesar do valor envolvido não ter sido informado pelas empresas, o governo do Mato Grosso do Sul informou que a Petrobras gastou mais de R$ 3 bilhões para construir a fábrica. Parte desse dinheiro se perdeu com a deterioração dos equipamentos ao longo dos anos, desde a suspensão da obra em 2014.

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Aprosoja-MT/divulgação