Agricultura

Número de ocupados no agro fica abaixo da expectativa, aponta Cepea

De acordo com a entidade, em meio à pandemia de Covid-19, a quantidade de pessoas envolvida na atividade parou de cair, mas não apresenta melhora

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Foto: Paola Cuenca

O número de ocupados na agropecuária se manteve estável quando comparados os trimestres móveis de março-abril-maio e abril-maio-junho, segundo cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), realizados com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Isso significa que o cenário não se agravou em junho por conta da pandemia de Covid-19, mas também não melhorou”, informa a entidade.

No período abril-maio-junho, 7,976 milhões de pessoas estavam ocupadas na agropecuária, ainda se mantendo aquém do limite inferior do que pode ser considerado normal, conforme modelo do Cepea. Frente ao trimestre móvel imediatamente anterior, a população ocupada se manteve estável (-0,21%), mas, em relação ao mesmo trimestre móvel de 2019, houve queda de 7,85%, equivalente a 679 mil pessoas.

Quando considerado o modelo do Cepea, o número de pessoas ocupadas na agropecuária no trimestre móvel encerrado em junho ficou 4,7% ou 391 mil pessoas abaixo do que era esperado para esse período. Mas, esse choque ainda refletiu principalmente o efeito negativo acentuado verificado em maio, sendo observada certa estabilidade em junho.

Outros setores

Para referência, considerando-se o cenário geral do país, no trimestre móvel encerrado em junho, 83,3 milhões de pessoas estavam ocupadas no Brasil, queda de 3% frente ao trimestre móvel encerrado em maio e de 10,7% frente ao mesmo trimestre móvel de 2019.

Assim, pesquisadores do Cepea ponderam que, embora o cenário tenha aparentemente parado de se agravar para a agropecuária em junho, esse não parece ser o caso para alguns outros setores econômicos.

Na comparação entre os trimestres móveis subsequentes, a situação parece ter se agravado sobretudo para os setores de alojamento e alimentação, serviços domésticos, outros serviços e transporte, armazenagem e correio.

Pela ótica das posições na ocupação e nas categorias de emprego, houve piora na situação de junho, principalmente para os empregados do setor privado e trabalhadores domésticos sem carteira assinada e para empregadores sem CNPJ.