Agricultura

Plano Safra 2022/23: número de beneficiados pode cair, diz especialista

De acordo com o ex-secretário de Política Agrícola Benedito Rosa, governo precisará fazer limitações e estabelecer prioridades na distribuição de recursos

Diante das incertezas geradas pelo atual cenário econômico e político mundial, o governo brasileiro terá que fazer limitações e estabelecer prioridades na distribuição dos recursos do novo Plano Safra, que tem previsão para ser lançado na última semana deste mês. A opinião é do ex-secretário de Política Agrícola Benedito Rosa, que participou da construção das primeiras edições do plano.

Ele acredita que as linhas voltadas a pequenos produtores, como Pronaf e Proagro, em especial, assim como o incentivo às práticas conservacionistas e sustentáveis estarão entre as prioridades do governo na elaboração do Plano Safra da nova temporada. “As demais [linhas], infelizmente, não poderão receber recursos como no passado”, diz.

“Num cenário como esse, de taxa de juros elevada, é claro que toda a economia vai sentir e, no caso da agricultura, os segmentos que tradicionalmente precisam de irrigação do crédito para continuar pedalando têm que fazer neste ano um exercício de precaução”, afirma Rosa.

Segundo ele, é preciso estar atento ao endividamento. Produtores de artigos que tendem a subir de preço, acompanhando as commodities no mundo, como os de soja, milho e algodão, poderiam ser mais ousados na tomada de crédito, imagina.

“[Já] Outros segmentos, como horticultura, pequenos produtores em geral, produtores de leite, esses precisam ter precaução para tomar o crédito rural, porque os encargos estão elevados e a participação do custo financeiro no custo operacional certamente aumentou e pode aumentar mais ainda”, aponta.

A expectativa é que o Plano Safra do ciclo 2022/23 seja anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Agricultura, Marcos Montes, na próxima quarta-feira (29), no Palácio do Planalto, em Brasília.