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Após viagem, Brasil avança para exportar feijões e frango à Índia

Para o coordenador do Insper Agro Global, Marcos Jank, a Índia deve se tornar em breve o país mais populoso do mundo, ultrapassando a China

A viagem do presidente Jair Bolsonaro e da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, à Índia foi vista com bons olhos por especialistas. Além de assinarem acordos de cooperação na produção animal, também foi anunciada abertura do mercado indiano para o gergelim do Brasil e abertura do mercado brasileiro para exportações indianas de sementes de milho.

O coordenador do Insper Agro Global, Marcos Jank, afirma que esse movimento de aproximação é positivo, já que a Índia deve se tornar em breve o país mais populoso do mundo, ultrapassando a China. De acordo com Jank, os embarques brasileiros ainda são pequenos e há potencial para incremento.

“Nosso comércio é muito pequeno, em torno de US$ 7 bilhões, sendo US$ 1 bilhão em produtos do agro. Para se ter uma noção, nossas exportações para a China chegam a US$ 35 bilhões”, afirma.

Segundo ele, em tempos de guerra comercial, como a dos Estados Unidos e China, viagens desse tipo são importantes para criar canais de cooperação. Jank acredita que esse movimento de aproximação entre brasileiros e indianos pode no futuro melhorar o comércio brasileiro, principalmente de carnes e feijões. 

“A Índia tem um imenso déficit proteico, de proteínas vegetais, como o grão-de-bico. Além disso, há oportunidade para a carne de frango, que até hoje nós não conseguimos exportar para lá”, diz.

Açúcar indiano

Apesar da passagem da comitiva brasileira, Jank afirma que o painel aberto pelo Brasil e outros países contra os subsídios da Índia ao açúcar deve continuar. “A Índia subsidia de 15% a 20% da produção a ser exportada. Isso custa US$ 13 bilhões para nós. Então eu acredito que exista uma solução amigável”.