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Meio ambiente: Bolsonaro fará carta em resposta a investidores estrangeiros

Documento assinado por 30 investidores estrangeiros pede reunião com embaixadores do Brasil para discutir a condução do governo sobre o meio ambiente

Jair Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial
O governo pretende demonstrar que não estaria parado no combate ao desmatamento e que tem agido para conter a derrubada da floresta. Foto: Christian Clavadetscher/ Fórum Econômico Mundial

O presidente Jair Bolsonaro decidiu enviar uma carta em resposta direta aos investidores estrangeiros sobre as políticas de meio ambiente do país. A decisão acontece após um grupo de 30 bancos internacionais solicitar uma reunião com embaixadores do Brasil para discutir a condução do governo sobre o meio ambiente.

Os ministérios do Meio Ambiente, Agricultura, Defesa, Justiça e Itamaraty já se reuniram para levantar dados e, a partir dessas informações, consolidar uma carta de resposta aos investidores. Uma reunião está prevista para a próxima semana, para que cada ministério apresente suas informações sobre o assunto. Na semana seguinte, um posicionamento oficial será encaminhado aos fundos internacionais.

Há duas semanas, uma carta assinada por instituições financeiras que gerenciam mais de US$ 3,7 trilhões em ativos foi entregue ao governo Bolsonaro. No documento, os bancos afirmaram que o governo brasileiro precisa frear o desmatamento na Amazônia, sob risco de alimentar ‘uma incerteza generalizada sobre as condições para investir ou fornecer serviços financeiros ao Brasil’.

“Como instituições financeiras, que têm o dever fiduciário de agir no melhor interesse de longo prazo de nossos beneficiários, reconhecemos o papel crucial que as florestas tropicais desempenham no combate às mudanças climáticas, protegendo a biodiversidade e assegurando serviços ecossistêmicos”, afirmaram as instituições na carta que inclui, entre seus signatários, o Legal & General Investment Management e a Sumitomo Mitsui Trust Asset Management.

Os bancos foram ainda mais diretos e declararam que ‘é provável que os títulos soberanos brasileiros sejam considerados de alto risco se o desmatamento continuar’. Os fundos afirmaram que estão ‘preocupados com o fato de as empresas expostas a desmatamento potencial em suas operações e cadeias de suprimentos no Brasil enfrentarem uma dificuldade crescente de acessar os mercados internacionais’.

Resposta do Brasil

A resposta brasileira à carta já foi discutida esta semana entre os ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, da Agricultura, Tereza Cristina, e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. O governo pretende demonstrar que não estaria parado no combate ao desmatamento e que tem agido para conter a derrubada da floresta. A avaliação da cúpula do governo é de que há falta de entendimento e de informação sobre o assunto e as ações que estão em andamento.

Nesta quinta-feira, 2, em encontro da cúpula do Mercosul, o presidente Bolsonaro afirmou que buscará um esforço para desfazer opiniões distorcidas sobre a política ambiental do Brasil no exterior. “Nosso governo dará prosseguimento ao diálogo com diferentes interlocutores para desfazer opiniões distorcidas sobre o Brasil e expor as ações que temos tomado em favor da proteção da floresta amazônica e do bem estar das populações indígena”, disse Bolsonaro no encontro, por videoconferência.