Economia

China indica retomada das importações de algodão; analista explica impactos

Após desaceleração no segundo semestre do ano passado, a China deve repor parte dos estoques de algodão nos próximos meses

Após desaceleração nas importações de algodão no segundo semestre do ano passado, a China deve buscar repor parte dos seus estoques nos próximos meses, segundo relatório da consultoria StoneX. O país é o maior consumidor e importador de algodão do mundo.

“Quando o assunto é a China, o mercado da fibra natural deve acender um alerta, uma vez que qualquer mudança na dinâmica da maior demandante de algodão pode afetar diretamente não só os fundamentos globais de oferta e demanda como a própria estrutura dos mercados”, explica o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Marcelo Di Bonifacio Filho, em relatório especial.

Com as sanções à pluma chinesa pelo mundo, acusada de promover “trabalho forçado” à população uigur, um grupo étnico de ascendência turca e nativo na China, historicamente assentado no oeste do país, é possível que a demanda por importação cresça no médio prazo com receios da indústria doméstica em ter seus produtos boicotados por mais tempo – embora, o mercado chinês seja resiliente em não dar atenção a essas acusações do Ocidente.

Segundo Marcelo Di Bonifacio Filho, caso a procura chinesa cresça, os estoques de algodão nos Estados Unidos e do Brasil vão continuar sustentados. “Hoje os preços estão em níveis recordes. É o maior dos últimos 11 anos”.