Economia

IPCA: Brasil tem deflação em julho, mas leite longa vida sobe 25%

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, dois apresentaram queda, enquanto os outros sete tiveram alta de preços

O Brasil fechou o mês passado com deflação. Divulgado na manhã desta terça-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho foi -0,68%, ante 0,67% em junho. Foi a menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980. O Termômetro CMA esperava queda de 0,65%. No ano, o IPCA acumula alta de 4,77% e, nos últimos 12 meses, de 10,07%, abaixo dos 11,89% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2021, a variação havia sido de 0,96%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, dois apresentaram deflação em julho, enquanto os outros sete tiveram alta de preços. O resultado do mês foi influenciado principalmente pelo grupo dos transportes que teve a queda mais intensa (-4,51%) e, assim, contribuiu com o maior impacto negativo (-1,00 ponto percentual) no índice de julho.

Além disso, houve recuo nos preços do grupo habitação (-1,05%), com impacto de -0,16 p.p. A maior variação positiva, por sua vez, veio de alimentação & bebidas (1,30%), que acelerou em relação a junho (0,80%), contribuindo com 0,28 p.p. Vestuário (0,58%) e saúde & cuidados pessoais (0,49%) seguiram movimento inverso, desacelerando em relação ao mês anterior (quando registraram 1,67% e 1,24%, respectivamente).

Os demais grupos ficaram entre o 0,06% de educação e o 1,13% de despesas pessoais, segunda maior variação positiva em julho.

IPCA: deflação, mas preços de leite e derivados sobem

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Inflação. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

No grupo alimentação & bebidas (1,30%), o destaque ficou com a alimentação no domicílio, que acelerou de 0,63% em junho para 1,47% em julho. O maior impacto positivo no índice do mês (0,22 p.p.) veio do leite longa vida (25,46%), cujos preços já haviam subido 10,72% no mês anterior.

Além disso, os preços de alguns derivados de leite, como o queijo (5,28%), a manteiga (5,75%) e o leite condensado (6,66%) também subiram, contribuindo para o resultado observado no mês.

Outro destaque foram as frutas, com alta de 4,40% e impacto de 0,04 p.p. no IPCA de julho. No lado das quedas, os maiores recuos de preços vieram do tomate (-23,68%), da batata-inglesa (-16,62%) e da cenoura (-15,34%), que contribuíram conjuntamente com -0,12 p.p.