Economia

Possibilidade de recessão global segue no radar do mercado

Mercado financeiro começou a semana de olho na possibilidade de uma recessão econômica global e o risco fiscal no Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de sexta-feira (24) em alta de 0,6%, aos 98.672 pontos. Mesmo assim, no balanço semanal, o índice registrou queda de 1,15%, a quarta semana seguida de perdas.

O dólar comercial emendou a terceira alta consecutiva, de 0,44%, cotado a R$ 5,25 – o maior fechamento desde 8 de fevereiro, quando a moeda norte-americana fechou em R$ 5,26.

No acumulado semanal, o dólar teve valorização de 2,11% – a quarta semana seguida de ganhos.

Apesar da recuperação no último dia útil da semana, os temores sobre uma possível recessão mundial, especialmente nos Estados Unidos, seguem no radar dos investidores da bolsa brasileira. Isso porque com a inflação do país no maior patamar em quarenta anos, pode haver um aperto mais agressivo nas taxas de juros. 

No cenário interno, destaque para o risco fiscal, que foi reforçado pela expectativa de aumento do Auxílio Brasil, a concessão de um voucher aos caminhoneiros e o reforço do vale gás. A prévia da inflação, que foi divulgada na manhã da última sexta-feira, não foi uma surpresa para os investidores – e não teve muito impacto no mercado.

Segundo o economista-chefe do Banco Original, Marco Caruso, o mercado está preocupado com a situação econômica global. “Nos últimos dias, os investidores passaram a olhar o que eu estou chamando de metade cheia do copo. Qual é a ideia aqui? Menos crescimento implica em menos inflação, o que desenha para gente menos juros no mundo. Como vários bancos centrais vêm subindo juros, a notícia teria esse lado positivo”, afirma. 

“O que os mercados têm ignorado, o que é um motivo de preocupação aqui para gente do Banco Original é o seguinte, a porção meio vazia do copo, ela é importante também, ou de outra forma, será que a gente tá caminhando para recessão, então fica estranho os mercados continuarem subindo se esse for o contexto. Então de qualquer forma assim, essa pergunta: vamos para uma recessão ou não (?), vai ser a grande pergunta dos próximos 12 ou  24 meses, no curto prazo o mercado está olhando esse lado mais positivo, o de menos juros no mundo num contexto de desaceleração”, complementa.